Instituto da Vinha e do Vinho faz o balanço da produção, do consumo externa, da exportação e da qualidade do que está a sair das vinhas
O aumento de 8% na produção de vinho da próxima campanha não deverá afetar os preços, disse à Lusa o presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), salientando que há estabilidade no mercado.
"Não é expectável que haja mexida nos preços", afirmou Frederico Falcão, salientando que tal como o preço dos vinhos não aumentou em anos anteriores quando houve quebras na produção, também não são esperadas descidas em 2015, apesar do aumento da quantidade de vinho
"O mercado está muito estabilizado nesse aspeto e, por isso, não há uma relação muito direta hoje em dia entre a produção e os preços a que os vinhos chegam ao mercado e aos consumidores", justificou o dirigente do IVV.
De acordo com as perspetivas de colheita do IVV divulgadas no final de julho, a produção de vinho deve atingir 6,2 milhões de hectolitros na campanha de 2015/2016, com destaque para os aumentos de 20% nas regiões do Douro e Porto e Terras do Dão.
Se as previsões se confirmarem, são "boas notícias" que poderão contribuir para a reposição dos 'stocks' necessária para satisfazer a procura.
"Portugal precisa de repor os seus 'stocks' e precisa de ter quantidade para continuar a crescer em termos de exportação", já que os stocks em adega se tem vindo a reduzir de ano para ano, salientou Frederico Falcão.
As exportações de vinho aumentaram nos últimos cinco anos consecutivos e em 2014 Portugal foi um dos únicos três países que conseguiu aumentar as vendas ao exterior entre os 11 principais produtores mundiais.
Também o mercado doméstico compra cada vez mais vinho, após alguma retração no consumo que deixou de se verificar em finais de 2014.
"Em 2015 voltou a crescer. Temos um aumento da procura interna e da venda de vinhos em Portugal e as exportações, felizmente, continuam a crescer. Portanto, há boas notícias para o sector dos vinhos", congratulou-se o mesmo responsável.
As razões para o aumento da produção prendem-se com vários fatores, entre os quais as condições climatéricas, mas também resultam da reestruturação de vinhas que tem sido feita ao longo dos últimos anos, explicou Frederico Falcão.
"Temos arrancado vinhas velhas e colocado vinhas novas. Naturalmente, muitas das vinhas velhas que foram substituídas tinham baixa produtividade e as vinhas novas são vinhas já com melhores castas, melhores clones, com melhores produtividades, sem que com isso se prejudique a qualidade", adiantou. |