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A Madeira é muito mais que bailinho, ponchas e Ronaldo |
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Observador | 19-06-2015 |
Descobrir o melhor que a ilha tem para oferecer é que pode não ser tarefa fácil. Ou pode: a Discovering Madeira é uma plataforma que faz isso pelo visitante, quaisquer que sejam as suas preferências.
Quando se pensa na Madeira como destino turístico, pensa-se, quase sempre, em sopas e descanso. Perdão, em flores e descanso. A culpa é tanto da paisagem idílica da ilha — considerada uma das mais bonitas do planeta — como do perfil turístico que normalmente lhe está associado: pessoas de uma certa idade que procuram combinar caminhadas pela natureza com um chá a meio da tarde e, quiçá, umas quantas fotografias junto à bem abonada estátua do filho mais famoso da terra, Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro.
Mas o turismo na Madeira está a mudar e é provável que a perceção do turista típico mude com ele. Para isso tem contribuído a constante abertura de novas rotas: a EasyJet alargou recentemente a sua oferta a voos a partir de Edimburgo e Manchester, a British Airways retomou uma ligação com Londres que esteve sete anos encerrada (para celebrar lançou este vídeo, a mostrar como se aterra na ilha) e a Vueling passará a ligar Barcelona e Funchal a partir de 20 de junho.
Estes novos turistas, muitos deles mais jovens, com exigências e aspirações que poderão passar por atividades de aventura ou pela descoberta da gastronomia local, têm no novo portal Discovering Madeira um potencial aliado na descoberta do melhor que a ilha tem para oferecer nesse sentido. “Este projeto tem a ver com a mudança de paradigma: a compra online está a crescer e sentimos que havia um espaço que tínhamos de preencher”, conta Rita Galvão, a madeirense mentora e responsável pela plataforma.
Plataforma, agência turística ou simples guia?
Poder-se-á dizer que o Discovering Madeira não é nenhum dos três em exclusivo, sendo um pouco de todos eles ao mesmo tempo. Expliquemos. O site está dividido em três secções principais: onde ficar, o que fazer e wine tours Madeira. Apesar de cada sugestão estar devidamente detalhada e ilustrada, a vertente de guia é apenas uma fração daquilo a que o projeto se propõe. “Há um call to action em cada sugestão para que o cliente possa reservar na hora tudo aquilo que gostar”, explica Rita. Ou seja, é possível construir toda uma viagem à Madeira em poucos minutos através do portal, excluindo, pelo menos para já, a parte do voo.
A seleção apresentada — que, garante a responsável, “é criteriosa” — abrange uma variedade assinalável de gostos, intenções e até disponibilidade financeira. Rita reconhece, no entanto, que o target principal da plataforma será um “nicho médio/alto”. E podem ser os próprios responsáveis pela Discovering Madeira a planear toda a viagem do cliente, em formato tailor made, atendendo aos seus interesses, tempo de estadia ou outras condicionantes.
Porquê separar as wine tours de tudo o resto?
Pode parecer estranho, à primeira vista, a separação que existe entre as atividades relacionadas com o enoturismo e as restantes. Mas bastam cinco minutos a ouvir Rita falar apaixonadamente do vinho Madeira, para compreender a ênfase que a plataforma dá à sua descoberta. “Trabalhei no Instituto de Vinho da Madeira e achei que o enoturismo precisava de um estímulo”, explica.
Esta é a única parte do projeto em que a Discovering Madeira desempenha o papel de animador turístico, já que promove e organiza ela própria as atividades. Estas podem ir de uma simples prova, a diferentes harmonizações, visitas, passeios e afins. Não só é possível ficar a perceber a diferença entre as várias castas usadas na produção, como se pode provar vinho num veleiro no meio do Atlântico, fazer um piquenique no meio de vinhas, entrar em adegas que guardam algumas das melhores colheitas da região ou, até, provar um vinho engarrafado no século XIX. Bastam apenas uns cliques. |
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