O funcionamento do sector público do vinho nos Açores vai manter-se "tal como está, independentemente da legislação nacional que propõe alterações nas entidades certificadoras e comissões vitivinícolas", assegurou hoje o secretário regional da Agricultura e Florestas.
Noé Rodrigues sustentou que "a comissão vitivinícola açoriana foi criada por um diploma regional", uma vez que a área que regula "não é de interesse específico da República" e, por isso, "a nova legislação não tem aplicação no arquipélago".
O ministro da Agricultura, Jaime Silva, anunciou terça-feira em Bruxelas uma reforma da administração pública para o sector do vinho que contempla a redução, para metade, das entidades certificadoras e a "saída" do Estado das comissões vitivinícolas.
Segundo o secretário regional do sector, "não há intenção de criar mais nenhuma entidade certificadora, além da que existe no âmbito da CVR/Açores".
Apesar dos protestos de alguns produtores individuais e cooperativas reivindicarem a criação de novas entidades certificadoras, Noé Rodrigues insistiu que "não se pode certificar indiscriminadamente", alegando que "nem todos os vinhos têm condições para ser certificados".
Para Noé Rodrigues, "a quantidade de vinho que a região produz - dois milhões de litros na campanha 2005/2006 - não justifica a criação de novas entidades certificadoras uma vez que "a região iria perder em consistência e rigor".
De acordo com o responsável pelo sector agrícola açoriano, "o Governo vai continuar a disponibilizar meios para a CVR/Açores melhorar na sua actualização, intervenção junto da produção e na qualidade através da inovação".
"Para isso, estamos a apoiar a criação de um laboratório de enologia, que deverá começar a funcionar até ao final do ano, que em muito vai beneficiar a qualidade do nosso vinho", acrescentou Noé Rodrigues.
Nos Açores, são comercializadas cerca de duas dezenas de marcas de vinho de mesa, licoroso e regional oficialmente reconhecidas. |