Portugal tem o segundo maior número de castas do mundo e regiões vinícolas bastante distintas. O Económico deixa-lhe um top para o ajudar a caminhar neste mundo.
Aescolha de um vinho obedece a critérios rigorosos e o momento do consumo tem de ser encarado como essencial na altura da compra. Portugal é tradicionalmente um país produtor de vinhos e, para além de produzir vinhos de elevada qualidade, distingue-se por ter o segundo maior número de castas do mundo. São quase 300 as variedades autóctones, cultivadas ao longo das diferentes regiões vinícolas. E tanto o calor de um Alentejo, como a brisa de um Atlântico são determinantes para marcar diferenças inigualáveis nos vinhos.
Face a esta complexidade, o Diário Económico ouviu três enólogos portugueses e elaborou uma lista dos melhores vinhos nacionais dentro de três referências de valor: 20 euros, 50 euros e 100 euros. As opiniões não são sempre coincidentes, o que só vem comprovar a qualidade actual dos vinhos portugueses e complicar a elaboração de uma listagem, assim como a decisão de compra. Mas são um caminho para ajudar os menos experientes a percorrer uma garrafeira.
Numa particularidade coincidiram. Tanto Pedro Correia (enólogo da Symington), como Luís Sottomayor (enólogo da Sogrape) e Nuno Franco (enólogo da Casa Agrícola Alexandre Relvas) optaram por escolher vinhos tintos - apesar de cada vez mais se acentuar a tendência de consumo de brancos a nível nacional e internacional.
Como realça Pedro Correia, os vinhos são o resultado de um "conjunto de parâmetros que podem ser sintetizados numa palavra - ‘terroir'". E é esse ‘terroir', que integra componentes como o solo, o clima, a geografia, orografia que, após determinado tipo de vinificação, produz um vinho com determinado perfil.
Para simplificar, a região do litoral, com maior influência Atlântica e menores amplitudes térmicas, com zonas mais frescas e húmidas, é ideal para vinhos brancos, espumantes e tintos ligeiros. O Douro - com o seu clima quente - produz tintos encorpados, mas a zona das montanhas é óptima para brancos frescos e aromáticos. Já do Dão surgem vinhos tintos com grande longevidade e brancos de elevado potencial. O Alentejo - a região que parece mais agradar aos portugueses - tem "uma aptidão grande para os tintos quentes, doces, muito maduros e fáceis de beber", diz Pedro Correia. Setúbal tem brancos e tintos fáceis e equilibrados.
Estas são indicações preciosas para que os consumidores possam eleger o vinho face às suas necessidades de momento. Nuno Franco salienta que "a combinação entre o vinho e a comida deve ser feita de modo a que haja um equilíbrio tal que nenhum dos elementos se sobreponha ou apague o outro". Em jeito de conselho, nunca acompanhe marisco com um vinho tinto encorpado. |