Monção: Alargamento do Vinho Alvarinho regulamentado na próxima semana
Correio do Minho | 02-03-2015

Abriu ontem portas, em Monção, o Museu do Alvarinho. O novo espaço situa-se na Casa do Curro, imóvel do século XVII, localizado em plena Praça Deu-la-Deu, que sofreu obras de adaptação para acolher o museu que servirá como elemento impulsionador e congregador para a divulgação e dinamização das potencialidades endógenas da região.

À entrada do novo museu, mais de uma centena de produtores de Alvarinho de Melgaço, envergando uma camisola com a inscrição “o Alvarinho é nosso, não ao alargamento”, esperavam o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, para mostrar o seu descontentamento com o acordo alcançado que prevê o alargamento da denominação vinho verde Alvarinho à restante região dos vinhos verdes. Inconformados os produtores, maioritariamente de Melgaço, ameaçam avançar com uma providência cautelar.
 
À pergunta sobre esta ameaça dos produtores de Alvarinho, o secretário de Estado da Agricultura disse aos jornalistas que “este acordo é a providência cautelar para o Alvarinho não ficar perdido por outras regiões. Há sempre uma certa resistência à mudança, mas estou certo que esta foi a melhor decisão para a região”, garantindo que a legislação que vai regulamentar o alargamento da produção de vinho Alvarinho a toda a Região dos Vinhos Verdes vai ser publicada na próxima semana.
 
José Diogo Albuquerque reforça ainda a ideia que “a única forma de salvaguardar o vinho Alvarinho Monção e Melgaço é aliando-se à região, adoptando uma postura ofensiva para o mer cado.
 
Isso quer dizer que no resto do mundo se poderá fazer a ligação entre o Vinho Alvarinho e os Vinhos Verdes e fazer a ligação a Monção e Melgaço como o berço, a origem de onde vem o Alvarinho”, acrescentando que neste acordo foram acauteladas várias situações, nomeadamente, a percentagem mínima que o Alvarinho tem que ter no lote, que é de 30 por cento; no período transitório quem for comprar uvas à sub-região tem que comprar vinho; e a disponibilização de verbas (três milhões de euros) que a região vai utilizar para a promoção de Monção e Melgaço”.
 
Para o autarca de Monção, Augusto Domingues “o Alvarinho já merecia este tributo a condizer com o estatuto: o Museu do Alvarinho”.
Augusto Domingues defende que o compromisso assumido com o Governo deve ir mais longe, deixando por isso dois apelos ao secretário de Estado da Agricultura: alargar o período transitório de seis anos para dez anos e o emparcelamento agrícola de Moreira e Barroças e Taias, considerando um projecto fundamental para o futuro da agricultura do concelho.
 
José Diogo Albuquerque mostrou-se sensível aos pedidos do edil monçanense, mas sobre o primeiro vai manter o acordo da região. Já o emparcelamento agrícola, o governante garante que foi acautelado no Programa de Desenvolvimento Rural, cuja medida vai abrir no final do trimestre e à qual a autarquia se poderá candidatar.
O primeiro museu dedicado ao vinho Alvarinho, ontem inaugurado na Casa do Curro, representou um investimento de 148 mil euros.
 
 
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