Vinho verde ganha quota de mercado
Público | 01-02-2006

O ano de 2005 foi um ano de crise, mas nem por isso afectou o sector do vinho verde. Segundo os números apresentados ontem pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), houve uma subida no volume de vendas de 3,4 por cento, bem como um aumento na quota de mercado - de 16,1 por cento para 16,6 por cento.

O problema é que a pressão exercida pelo mercado motivou a queda nas receitas, que deverá andar na casa dos 3,5 por cento. 
O balanço é, por isso, "globalmente positivo", como disse Manuel Pinheiro, presidente da CVRVV, que afasta qualquer cenário de euforias. Isto porque os excedentes no sector (35 milhões de litros) estão acima do desejável (15 a 20 milhões de litros era o suficiente), num ano em que foram produzidos 54,4 milhões de litros.
Do total de excedentes, cerca de 15 a 18 milhões de litros são para consumo dos próprios produtores, sendo mais três a quatro por cento vinho "que se estraga" e o restante destinado a vinho de mesa - vendido nos estabelecimentos de hotelaria da região do Minho. Por isso, Manuel Pinheiro não encontra grandes motivos para preocupação.
Mais apreensivo está com o facto de o número de empresas ter vindo a aumentar ao longo dos anos (614 no ano passado), o que significa uma dispersão indesejável de produtores. "Com as regras do próximo Quadro Comunitário de Apoio, é necessário fazer a reconversão da vinha e deixar de investir nas pequenas adegas. Só ganhando dimensão é que os produtores podem sobreviver à concorrência", disse Manuel Pinheiro.
A exportação é, assim, o único caminho possível, razão pela qual o investimento em campanhas de sensibilização e publicidade é a maior de sempre (excepto o ano de 1992). No total, serão 1,2 milhões de euros para investir este ano, dos quais 512 mil euros para os mercados externos. 

Alemanha, Angola, Brasil, Canadá, Espanha, EUA, França, Reino Unido, Suíça e, pela primeira vez, Dinamarca, são os alvos prioritários.
Esta aposta na exportação é "fundamental" face à estagnação do mercado nacional. 
A prazo, o objectivo é passar a quota de exportação de 15 para 20 por cento.
 
 
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