No passado dia 24 de Janeiro, Joaquim Mora de Campos, presidente da Casa do Ribatejo, situada na Rua do Salitre, levou a cabo mais uma iniciativa que se pode considerar inédita e de grande utilidade para a promoção dos vinhos do Ribatejo e também para a dinamização das Casas Regionais, ou Concelhias; que dentro das suas funções deveriam afincadamente promover as regiões que representam: a gastronomia, o folclore, os usos e costumes os produtos regionais e que depois do seu período áureo, algumas, não souberam adaptar-se aos novos tempos e para aí estão.
Bom mas adiante, como dizia, a Casa do Ribatejo, que representa todos os concelhos do nosso distrito, sabe, graças ao dinamismo do seu presidente, natural de Sardoal, Joaquim Mora de Campos, dar algumas pedradas no charco e promover iniciativas que nos projectam, que obrigam a falar de nós e que mostram que afinal o Ribatejo existe e está vivo, sejam congressos, colóquios ou conferências.
Todos sabemos que os vinhos do Ribatejo não estão na moda, sofrem de conotação negativa, como vinhos carrascões, de baixo teor alcoólico, vinhos a granel ou martelados e que, para os pôr na mó de cima, é preciso muito dinheiro, saber trabalhar o mercado e apostar no marketing. Mas para os bons apreciadores de vinho, essa “má fama” já foi chão que deu uvas e ainda bem, visto que os vinhos do Ribatejo, na sua grande maioria, são de excelente qualidade, pois muitas vinhas foram reconvertidas, novas castas foram plantadas e arrancadas as de pior qualidade, apostou-se em novos métodos de vinificação e eles aí estão em pé de qualidade com grandes vinhos portugueses como do Douro ou Alentejo, e a prova está nas medalhas de ouro que alguns conquistam e na boa referência dada pelos especialistas em provas cegas que não nos envergonham de ostentar no rótulo: Vinhos da Região do Ribatejo.
Em ambiente festivo, com um lauto jantar bem regional onde desde a típica farinheira assada, à carne de porco frita, acompanhada de arroz malandrinho com feijão seco e aos fados e guitarradas a arrematar, cerca de 50 convidados provaram os melhores vinhos ribatejanos, depois de ter sido inaugurada a Enoteca que pretende ter nas suas prateleiras, todos os vinhos dos produtores do Ribatejo, para provas e venda. Espaço há com fartura, bastam a colocação de mais garrafeiras/prateleiras e esta promoção não apresenta despesas para os produtores que passam a ter uma montra avançada na capital, que não pretende concorrer com a sala de provas da Sala Ogival que a Viniportugal tem na Praça do Comércio, antes pelo contrário, esta é uma iniciativa que pretende mostrar os nossos vinhos, promovê-los e ajudar a vendê-los. Mora de Campos, para já, conseguiu cativar oito produtores - Companhia das Lezírias, em Samora Correia; Vale dos Fornos, da Azambuja; Solar dos Loendros, do Marmeleiro - Tomar; Lagoalva de Cima, Casal Branco; Adega Cooperativa de Alcanhões; Adega Cooperativa de Almeirim. Mas os vinhos estarem ali só por estar “a estagiar”, não chega e a Casa do Ribatejo, pela voz do seu presidente, refere que “a promoção dos vinhos do Ribatejo é o objectivo, a ideia é ter a exposição de qualidade e referência, e depois cada adega, ou cada produtor, escolhe um dia para divulgar os seus vinhos, perante um público convidado, com degustação, ou refeição e venda. Os produtores é que tem a dizer o que entendem por melhor e o que se deve fazer, divulgando a região do Ribatejo, e não menosprezando a Sala Ogival da Viniportugal e as suas acções de provas e vendas de todos os vinhos de Portugal”. Quem sabe se a seguir aos vinhos, outros produtos da nossa região não merecerão, e bem precisavam, mais divulgação, caso dos azeites, frutas, mel, frutos secos, etc., pois nos dias de hoje num mercado concorrencial em que somos invadidos pelos produtos estrangeiros, há que unir esforços e, neste grande mercado da capital, fazer, esporadicamente, feiras de vinho, feiras de produtos regionais em locais abertos ao público, praças, jardins, Mercado da Ribeira, levando o nosso folclore, a nossa gastronomia, a animação e dar nas vistas, pois com isso conseguimos mostrar o que temos, o que produzimos e divulgamos a nossa região, a rota dos vinhos, que não pegou, o nosso património, etc. Acções baratas, simples, mas de bom impacto, fugindo de grandes eventos tipo BTL, onde passamos despercebidos e obrigar quem tem funções de divulgação a sair dos gabinetes, ir para o terrenos, mostrar trabalho e conseguir resultados - a nossa região merece e precisa. Parabéns Casa do Ribatejo, força na divulgação da nossa região. Há tanta coisa que se pode fazer... |