O sector vinícola nacional tem boas razões para brindar. Além de as exportações terem batido recordes em 2013, Portugal está a ganhar peso em mercados importantes como o Brasil. No ano passado, Portugal passou a Itália e já é o terceiro maior fornecedor de vinhos daquele país, segundo dados da União Brasileira de Vitivinicultura.
Embora as importações brasileiras de vinhos tenham diminuído 8,4% em volume, passando de 74,2 para 67,9 milhões de litros, Portugal conseguiu manter o interesse dos consumidores do país. A quota de mercado de vinhos portugueses cresceu de 13,1% para 13,7%. Portugal só fica atrás do Chile e da Argentina.
O Brasil importou um total de 9,3 milhões de litros de vinho luso e os preços dos produtos expedidos para o país também aumentaram (+3,1).
Exportações batem recordes
Além do Brasil, o Canadá, a Suíça e os Estados Unidos são os principais destinos de exportação desta bebida alcoólica nacional, segundo os últimos dados do Instituto da Vinha e do Vinho.
No ano passado, o sector encaixou 724,7 milhões de euros. O ano de 2012 já tinha ficado na história por se ter ultrapassado pela primeira vez a marca dos 700 milhões, mas o sector manteve a trajectória ascendente e cresceu pelo quarto ano consecutivo.
Os vinhos engarrafados representaram 71% do volume total vendido ao exterior e 91% do valor gerado pelas exportações.
Já o Vinho do Porto, que representa 22,8% do volume e 43,6% do valor total, registou um aumento de 6% no preço médio de venda, tendo contribuído para o crescimento do valor exportado.
Produção em alta
O bom comportamento do sector revelou-se também na produção. O volume provisório de vinho na colheita 2012-2013 foi de 6,3 milhões de hectolitros, um aumento de 12,2%, uma tendência positiva que deve continuar. Segundo um estudo da Informa D&B, a estimativa para a colheita 2013-2014 é de 6,7 milhões.
Quanto ao número de empresas do sector, o mesmo relatório indica que há cada vez mais investidores e empreendedores interessados no sector. No ano passado havia 799 empresas de vinhos em Portugal, metade das quais na zona Norte. Seguia-se o Centro, com 25%, e o Alentejo, com 15%.
Mas nem tudo são boas notícias. O aumento das exportações e do número de produtoras não se tem reflectido na criação de emprego, com a progressiva mecanização desta actividade. O emprego total passou de 8.146 para 7.756 trabalhadores nos últimos três anos. |