Em dia de inauguração do novo complexo industrial da SPR Vinhos S.A., o director-geral da empresa deu a conhecer a Jorge Sampaio a preocupação do sector quanto ao congelamento das verbas destinadas à promoção institucional dos vinhos do Porto e Douro.
António Saraiva, director-geral da SPR Vinhos S.A. aproveitou ontem a presença de Jorge Sampaio na inauguração da nova unidade industrial da empresa para reivindicar as verbas disponíveis para a promoção institucional da região duriense e dos vinhos do Douro e Porto. “Nós temos verbas disponíveis através do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, mas que se encontram congeladas por critérios de défice público”, o que na opinião de António Saraiva é uma situação “perfeitamente injusta”, uma vez que o instituto dispõe de “carácter autónomo”. O responsável considera, aliás, que o sucesso do sector depende em grande parte da promoção dos vinhos, quer em Portugal, quer no estrangeiro, e na captação de novos mercados e novos consumidores que daí possam advir.
O complexo industrial, na Quinta de Monsul, em Lamego, inaugurado pelo Presidente da República, foi orçado em cerca de cinco milhões de euros, um investimento que, salientou o director-geral, “tivemos grande dificuldade em concretizar”. O responsável acrescentou ainda que “não é fácil investir nesta região que tanta carência de investimento evidência”, e apontou o dedo à “diversidade de organismos intervenientes” e à dificuldade de articulação entre os mesmos, factores que, diz, “tornam quase inviável a instalação de novos empreendimentos ou a reformulação dos existentes”. Antes da sua intervenção, o anfitrião da SPR Vinhos S.A. fez uma visita guiada às novas instalações, sempre sob o olhar atento de Jorge Sampaio e da sua comitiva. Seguiu-se um momento de confraternização onde foram dados a degustar os novos vinhos do Porto Rozès, «Colors Collection», a grande aposta da empresa.
Impacto na economia regional
A unidade de produção ontem inaugurada começou a ser construída em Novembro de 2004. Pouco mais de um ano depois nasceu um empreendimento dotado com os mais modernos equipamentos e tecnologias, permitindo centrar no Douro todo o processo produtivo do vinho, que começa na vinificação e termina na expedição. Trata-se de um dos maiores investimentos privados na Região Demarcada do Douro, com impacto na economia regional e na criação de novos postos de trabalho. O edifício abrange uma área de construção de aproximadamente três mil metros quadrados com capacidade para duas mil pipas e o engarrafamento de três milhões de garrafas por ano. É a partir do centro de vinificação que o vinho é transportado para Vila Nova de Gaia, onde se encontram situadas as caves.
História da Casa
A Casa Rozès foi fundada em Bordéus, em 1855, por Ostende Rozès, um negociante de vinhos finos daquela cidade, que se dedicou a importar e comercializar vinhos do Porto, com uma atenção e dedicação especiais. Edmond Rozès, seu filho e sucessor, foi, no entanto, o grande impulsionador no desenvolvimento e reputação da Casa e dos seus vinhos do Porto, ao criar por volta dos anos 30 a marca «Porto Rozès». Em 1956, a sociedade da família Rozès instalou uma filial em Gaia, de onde exportava para todo o mundo, continuando assim o desenvolvimento da marca e reforçando a já tingida reputação. Em 1977, a Casa Rozès deixou finalmente de pertencer à família Rozès para ser adquirida por um grupo francês, sendo os armazéns de Bordéus definitivamente fechados e os seus equipamentos mudados e reinstalados na filial de Gaia. Finalmente em 1999, o Vranken Pommery Monopole, um grupo francês de Champanhe, adquiriu a Rozès, que continua após 148 anos, a ser liderada por franceses. Em 1986, o grupo Vranken Pommery Monopole fundou a empresa de vinho do Porto São Pedro das Águias, e no final de 2002 procedeu-se à fusão jurídica das sociedades Rozès e S. Pedro das Águias, da qual resultou a SPR Vinhos S.A..
Nova aposta
Em 2005 a Rozès apresentou no mercado a inovadora gama «Rozès Colors Collection» nas variantes Reserve, White Reserve e 10 anos, compondo uma colecção de três garrafas em três cores: vermelho, branco e dourado. Finalmente foi idealizada aquele que é considerado a obra-prima da Casa, o topo de gama Dom Rozès Mais de 40 Anos. Este vinho da gama alta dos vinhos do Porto Rozès foi desenvolvido privilegiando as formas baixas e as linhas suaves e arredondadas, tão características da marca, e conferindo-lhe ao mesmo tempo um toque personalizado. De forma a garantir a autenticidade e raridade deste produto, cada garrafa de Dom Rozès é selada à mão e vendida pelo preço mínimo de 190 euros. |