Monção recebe primeiro museu dedicado ao vinho alvarinho
iOnline/Lusa | 03-09-2013

A produção de vinho alvarinho movimenta 2.000 produtores.

Um edifício do século XVII, no centro histórico de Monção, vai ser transformado no primeiro museu dedicado ao alvarinho, vinho típico daquela região do Alto Minho, num investimento de 150 mil euros, disse hoje fonte municipal.

Além de adaptar aquele edifício, o projeto da Câmara de Monção já permitiu a certificação do nome "Museu do Alvarinho" e o espaço assumirá as funções de "promoção, comercialização e degustação" daquele vinho, de "elevada importância" para a economia e para a "identidade cultural e histórica" local.

A obra de adaptação da Casa do Curro, uma casa histórica do concelho, a Museu do Alvarinho já conta com uma comparticipação comunitária de 90 mil euros, através do programa PRODER. O edifício, público, recebe atualmente várias atividades culturais, depois de uma profunda recuperação concluída em 1995.

"Pretende-se corporizar um modelo integrado de promoção do vinho alvarinho, estendendo-o ao património natural, histórico, arqueológico e cultural do concelho. No fundo, o Museu do Alvarinho servirá como elemento impulsionador e congregador para a divulgação e dinamização das potencialidades endógenas da região", explicou a autarquia.

O museu proporcionará aos visitantes uma viagem pela produção deste vinho, disponibilizando informação sobre a origem, evolução e empresas produtoras, nomeadamente as várias premiadas em concursos nacionais e internacionais, "que encontrarão neste espaço uma porta de acesso para a valorização dos seus produtos, bem como um ponto de encontro para provas comentadas, encontros promocionais e estabelecimento de parcerias negociais", sublinhou a mesma fonte.

A produção de vinho alvarinho movimenta 2.000 produtores e engarrafadores dos concelhos de Monção e Melgaço, num volume de faturação anual que ascende a 25 milhões de euros, sendo mesmo uma das uvas mais caras do país.

Segundo números recentes da Associação de Produtores Alvarinho (APA), aquela atividade reúne 60 empresas desta sub-região demarcada centenária, onde são produzidos 4 milhões de quilos daquela uva todos os anos. A seleção "das melhores" dá origem a mais de 1,5 milhões de garrafas de vinho alvarinho, característico daqueles dois concelhos do Alto Minho.

A exportação de vinho alvarinho representa 10% do total das vendas anuais deste produto, sobretudo para mercados da América do Norte e Norte da Europa, além de outros países com forte presença de emigrantes portugueses como a França.

Trata-se da casta cuja uva "mais rende ao produtor", com exceção da uva utilizada para o vinho do Porto de mesa, chegando a valer 1,10 euros por cada quilo. É por isso a "matéria-prima mais cara" do país, garantem os produtores.
 
 
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