O presidente da Casa do Douro, Manuel António Santos, afirmou hoje que a possibilidade da África do Sul comercializar vinhos com denominações tradicionalmente afectas ao vinho do Porto pode causar um "impacto negativo" no Douro.
A Comissão Europeia autorizou hoje a comercialização pela África do Sul de vinhos com as designações "Vintage", "Tawny" e "Ruby", acabando assim com as menções tradicionais exclusivas até agora do Vinho do Porto.
Manuel António Santos disse à agência Lusa que, se nada for feito agora em defesa da "genuinidade" do vinho do Porto, a possibilidade de outros países comercializarem produtos com marcas tradicionais portuguesas pode causar um "impacto negativo" na mais antiga região demarcada do mundo, o Douro.
Por isso, defende a realização de "grandes campanhas de promoção" do vinho do Porto para reconquistar os tradicionais mercados deste produto e entrar em novos consumidores.
Os principais mercados consumidores de vinho do Porto são a França, Reino Unido, Holanda, Bélgica, Estados Unidos da América, Canadá, Alemanha, Dinamarca e Espanha.
Em Portugal, o Vinho do Porto representa 60 por cento do total de 500 milhões de euros anuais de exportação de vinho.
Esta autorização à África do Sul surge depois do acordo estabelecido em Dezembro entre a União Europeia e os Estados Unidos, que também permite àquele país a utilizar as designações tradicionais, tendo merecido o voto contra de Portugal.
Também a Austrália já enviou um pedido semelhante a Bruxelas, estando a ser concluído um acordo bilateral. |