Daniel Bessa, professor da Faculdade de Economia do Porto e dirigente da COTEC, desaconselha os pequenos produtores de vinho da Região Demarcada do Dão a comercializarem marcas próprias para o exterior e de forma isolada.
Durante uma conferência que decorreu, esta segunda-feira, no Solar do vinho do Dão, sobre "A situação económica e as empresas portuguesas", Daniel Bessa realçou que a maior parte do vinho é vendido abaixo dos 3 euros por litro.
"Se querem vender vinho em separado, isso custa dinheiro porque as quantidades são pequenas e não conseguem pagar os custos. A maior parte está a perder dinheiro", afirmou o diretor geral da COTEC Portugal - Associação Empresarial para a Inovação.
No entender de Daniel Bessa, os pequenos produtores (em maioria na região do Dão) devem apostar na diferenciação, por forma a conseguirem aumentar o preço do vinho. "Façam contas e decidam em função delas", aconselhou.
Em declarações ao JN, o professor explicou que "um produtor que envie um comercial daqui para a China para vender vinho com marca custa entre 15 a 20 mil euros por ano. Se um produtor tem quantidades pequenas de vinho é arriscado".
"O que fiz foi um apelo à cooperação para que se faça uma campanha de vinho do Dão no estrangeiro, com publicidade em televisão e revistas. É este o produto que tem de chamar a atencão. As marcas têm o seu lugar, mas depois", salientou.
Daniel Bessa disse ainda aos produtores que os profissionais de vinho não devem estar preocupados em saber se o país cresce ou não. "Para a maioria dos produtores é um fator completamente indiferente porque para eles o mercado é sempre infinito. O que mais há é quem bebe vinho. Tenham apenas em conta o problema da competitividade porque o importante é chegar aos consumidores", concluiu. |