Os primeiros hóspedes devem chegar no início do verão, quando a fase 1 do projeto de turismo do Ameal estiver pronta. Entre os 800 metros de frente do rio Lima, as vinhas onde nasce um dos mais premiados vinhos da região e uma mata de oito hectares, ficarão pouco mais do que uma mão cheia de casas, espalhadas por vários edifícios.
Pedro Araújo tem montado a marca Ameal garrafa a garrafa e agora está a somar-lhe o turismo, que promoverá como "eco-resort and vineyard", de olhos voltados para o estrangeiro, onde aliás vai parar 60% da sua produção. Tal como no vinho, está a reconstruir os vários edifícios com o pormenor de quem almeja o mercado mais alto possível. "O nosso luxo será o espaço", diz.
E não só. Nos planos está uma piscina, com decks desnivelados, um aproveitamento do rio com kayak e uma pequena praia fluvial no extremo da propriedade, uma mercearia com produtos portugueses e um restaurante, mais casas espalhadas pela mata.
O espaço quer, também, ser autossuficiente do ponto de vista energético. Para isso, e para as disfarçar, vai cobrir o telhado de duas vacarias com painéis fotovoltaicos e transformar em reservatórios de água o que resta dos antigos silos de grão: durante o dia, a eletricidade gerada bombeia água para os reservatórios; à noite, a água escorre para o rio através de turbinas que mantêm as luzes acesas, explicou o empresário.
"Tudo tem que falar a mesma língua", diz: a mini-hídrica tem que dizer com a agricultura biológica, a qualidade do alojamento ser compatível com o nível alcançado pelos vinhos, que têm sido reconhecidos como estando entre os melhores da região.
O Minho "tem tudo para ser a melhor região produtora de brancos em Portugal", garante. Da Quinta saem cerca de 50 mil garrafas por ano, armazenadas em cuba. Parte do vinho é envelhecido em barricas de carvalho francês. A maioria ruma além fronteiras, acabando em garrafeiras como a do Petrus, restaurante do famoso "chef" Gordon Ramsay. |