Vinho do Porto: Casa do Douro teme "impacto negativo"
O Primeiro de Janeiro | 16-02-2006

O presidente da Casa do Douro, Manuel António Santos, afirmou ontem que a possibilidade de a África do Sul comercializar vinhos com denominações tradicionalmente afectas ao Vinho do Porto poderá causar um “impacto negativo” no Douro.

Depois de ontem a Comissão Europeia ter autorizado a comercialização, pela África do Sul, de vinhos com as designações Vintage, Tawny e Ruby, acabando dessa forma com a exclusividade daquelas menções tradicionais do Vinho do Porto, Manuel António Santos considerou que, se nada for feito agora em prol da “genuinidade” do Vinho do Porto, a possibilidade de outros países comercializarem produtos com marcas tradicionais portuguesas poderá causar ter consequências nefastas na mais antiga região demarcada do mundo. Para atenuar os efeitos da medida decidida pela Comissão Europeia, o responsável defendeu a realização de “grandes campanhas de promoção” do Vinho do Porto, no sentido de reconquistar os tradicionais mercados daquele produto e conseguir angariar novos consumidores.

Mercados...

Os principais mercados consumidores de Vinho do Porto são actualmente a França, o Reino Unido, a Holanda, a Bélgica, os Estados Unidos, o Canadá, a Alemanha, a Dinamarca e a Espanha. No nosso país, o néctar representa 60 por cento do total de 500 milhões de euros anuais relativos à exportação de vinhos. A autorização à África do Sul surgiu no seguimento do acordo firmado em Dezembro entre União Europeia e Estados Unidos, que também permite àquele país utilizar as designações tradicionais, não obstante o voto contra de Portugal e de outros países europeus. Também a Austrália já enviou um pedido semelhante a Bruxelas, estando neste momento a ser concluído um acordo bilateral.
 
 
 
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