Douro dispõe de manual de boas práticas vitícolas
Lusa | 07-02-2013

O Douro dispõe de um manual de boas práticas para a produção de vinha, para tornar a viticultura mais rentável e eficiente, aumentar a qualidade dos vinhos e ajudar a prevenir desastres naturais.

Este manual, apresentado no Peso da Régua, insere-se no SUVIDUR - Sustentabilidade da Viticultura de Encosta nas Regiões do Douro e Duero. O projecto teve como chefe de fila o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).

O Manual de Boas Práticas Vitícolas da Região Demarcada do Douro define, segundo o presidente do IVDP, Manuel Cabral, "metodologias que vão melhorar a sustentabilidade deste território nas suas diferentes vertentes, ambiental, económica e social".

No conjunto das regiões vitícolas históricas de montanha e de encosta europeias, o Alto Douto Vinhateiro (ADV) destaca-se por constituir a mancha mais significativa de vinha em encosta íngreme, com 36 mil hectares de vinha nestas condições.

Precisamente por causa disso, os custos de produção neste território são muito elevados, bem como são difíceis a mecanização e a racionalização dos trabalhos. O coordenador técnico do manual, Nuno Magalhães, explicou que o documento aborda "normas técnicas mais adequadas e aconselhadas para evitar alguns erros que foram feitos".

No Douro, em função dos diferentes tipos e inclinações de terreno, são permitidas diferentes tipos de armação da vinha, desde plantação em socalco ou vinha ao alto.

Para melhorar a produção, o documento aconselha a proteger os terrenos contra a erosão provocada pelas águas, respeitando as linhas de água, instalando uma boa rede de escoamento, abrindo caminhos junto às vinhas.

Se tratar-se de uma vinha pequena, é aconselhado que recorra a uma ou duas castas, o que permitirá tratar todas as cepas da mesma forma e ao mesmo tempo. A reconversão da vinha poderá servir para mecanizar a vinha, mas também para renovar as castas.

De acordo com o manual, a produção integrada é um modo de garantir a qualidade das uvas sem utilizar demasiados químicos, protegendo o ambiente, permitindo ainda uma redução dos custos. "Estamos a falar de plantar melhor, de armar melhor o terreno e prevenir os desastres naturais", salientou Manuel Cabral.

O objectivo passa ainda por conciliar a tradição do Douro com a evolução técnica que se tem verificado nas últimas décadas. Para divulgar o manual pelos viticultores durienses vão ser realizadas, ainda este mês, três acções de divulgação na Régua, Alijó e São João da Pesqueira, no decorrer das quais vão ser distribuídos desdobráveis informativos.

O SUVIDUR dispôs de um financiamento de 1,1 milhões de euros, aprovado no âmbito do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal (POCTEP).

São parceiros do IVDP neste projecto a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e o Instituto Tecnológico Agrário de Castela e Leão.
 
 
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