A "qualidade" e a "promoção" são a aposta dos produtores e comerciantes de vinhos portugueses para o mercado moçambicano, no qual os produtos sul-africanos ganham vantagens em termos de impostos aduaneiros e localização geográfica.
Durante dois dias, vários produtores e revendedores de vinhos portugueses participaram na segunda edição do certame Mozambique Wine Festival [Moçambique Festival de Vinhos], em Maputo, procurando promover a qualidade dos produtos vitivinícolas de Portugal neste mercado.
Representando mais de 10 produtores portugueses, João Lopes avançou à agência Lusa que o mercado moçambicano, "apesar não ter comparação com o europeu", tem crescido, e que, só no ano passado, a sua empresa faturou em Moçambique cerca de 1,5 milhões de euros.
"Os vinhos portugueses continuam a ser reconhecidos no mercado moçambicano como os melhores, mesmo tendo uma concorrência forte do vinho sul-africano e também dos vinhos do novo mundo, continua a ser um padrão de referência muito forte", disse o empresário.
Lado a lado com as marcas portugueses, os vinhos da África do Sul, país que goza de privilégios aduaneiros na exportação de produtos para Moçambique, também marcaram presença no certame.
"Temos duas desvantagens em relação aos vinhos da África do Sul: o valor do imposto e a distância geográfica. Para que o vinho português continue a ser uma presença importante no mercado [moçambicano], temos de apostar na divulgação e na qualidade", sublinhou João Lopes.
Na mesma linha, mas acrescentando a mais-valia do estatuto histórico que os vinhos portugueses exibem, a enóloga Marta Simões, da Quinta da Alorna, sugere uma aposta na inovação de produtos.
"É aliar a tradição à qualidade e à inovação. A África do Sul é considerada produtora de vinhos do novo mundo. O que podemos oferecer é a história, como país vitivinícola, com qualidade e inovação", disse Simões.
O Mozambique Wine Festival, que decorreu nos dias 25 e 26 de outubro, e que contou com provas de vinho e concertos de jazz, recebeu mais de 1.500 pessoas. |