Vinhos do Tejo ambicionam crescer 10%
Expresso | 21-08-2012

A região do tejo quer manter-se em 2012 como a região vinícola que mais cresce, impulsionada pelas exportações para Angola, Suécia e China.

A Região do Tejo ambiciona manter-se em 2012 como a campeã do crescimento, batendo as suas congéneres. O presidente da CRVT - Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, José Pinto Gaspar, reconhece que o desempenho de 2011 (+28%) não será repetido, mas acredita que possa atingir um crescimento de 10%, impulsionado pelas vendas no exterior.

O otimismo decorre de uma oferta mais alargada no mercado interno e de  maior agressividade das principais marcas no exterior. Em quatro anos, a região afirmou-se como protagonista do negócio do vinho, passando de uma quota inexpressiva (1,5% para um valor respeitável (5%). Por exemplo, são 11 os agentes da região que operam no mercado chinês. E, na Suécia, os fornecimentos de vinho branco e rosé para o monopólio estatal (€2 milhões) permanecem na região do Tejo, depois da Falua, de João Portugal Ramos, ter destronado a Cooperativa de Almeirim. A Quinta de Alorna inscreve também as suas marcas na lista de importações suecas.

A Suécia emergiu de entre os mercados externos, o que registou melhor desempenho, quadriplicando as vendas. Tornou-se no primeiro mercado europeu e o segundo destino de exportação, a seguir a Angola, recorrendo em grande medida ao formato bag in box.

Angola lidera

Angola lidera a lista de exportações dos vinhos de Tejo e tem reforçado a sua importância, duplicando as vendas em dois anos. Reino Unido está na 3ª posição, mas a surpresa está na China que surge logo a seguir e à frente do Brasil. Os primeiros indicadores deste ano apontam para um reforço de 30% das exportações, mas no final do ano o desempenho será, certamente, mais moderado.

Se no mercado doméstico, o Tejo sofre ainda com o défice de notoriedade face a regiãos como o Douro ou Alentejo, no exterior essa desvantagem não se faz sentir. A relação "qualidade/preço é o fator essencial" e, nesse critério, as marcas do Tejo estão numa posição confortável. José Pinto Gaspar dá um exemplo prático: no recente Concurso Munmdial de Bruxelas dos 10 vinhos portugueses que ganharam medalhas de ouro quatro eram da região do Tejo. Destes, três deles tinham preços de venda ao público na casa dos €3 (o outro era de €10). É esta "relação imbatível", diz José Pinto Gaspar, que explica o "grande sucesso" dos vinhos do Tejo no exterior.

Mas, a imagem do mercado interno está a mudar. O consumidor desperta para a nova realidade, sensibilizados pelas ações de promoção dos produtores e da CVRT. Um outro efeito desta crescente notoriedade é mo maior número de marcas da região disponíveis nas principais redes de retalho alimentar. Em 2012, a CVRT conta certificar o equivalente a 17 milhões de garrafas, gerando uma receita de €40 milhões.
 
 
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