No espaço de pouco mais de um ano, o vinho perdeu uma fatia significativa da sua clientela em Portugal. Vinho branco foi o mais castigado, conclui estudo.
São cada vez menos os portugueses que se dizem ser consumidores de vinho e cada vez mais os que fazem as suas escolhas em função do preço. Estas são algumas conclusões de um levantamento realizado pela GfK Metris, especializada em estudos de mercado, que pelo segundo ano monitoriza semestralmente o sector vitivinícola nacional.
De acordo com o estudo, o consumo interno de vinho tem vindo a diminuir, com uma redução acentuada dos indivíduos que se assumem como consumidores de vinho: 44% da população portuguesa, contra 57% em Fevereiro de 2011. Resultados que “tornam necessárias novas estratégias para voltar a aproximar Portugal e os portugueses de um produto tradicionalmente seu – o vinho”.
Entre os atributos mais importantes na escolha de um vinho, o preço (44%) e a região (43%) são os critérios que ganharam mais relevância no último ano, ocupando agora a segunda e a terceira posições nos factores de escolha. O “aroma agradável” é ainda o factor preponderante na escolha, com 61% de referências.
Mais de metade dos consumidores opta pelo vinho tinto (74% dos inquiridos afirma consumir esta variedade), seguindo-se o vinho verde nas preferências de consumo dos portugueses (29%), o vinho branco (27%) e o vinho rosé é escolhido por 7% dos consumidores.
A quebra de consumidores atinge todas as variedades de vinho, mas é o vinho branco que sofre a maior erosão – apenas 27% dos consumidores de vinho afirma consumir, actualmente, esta variedade, contra 44% em Fevereiro de 2011. E nem a época de Verão - tradicionalmente associada a um consumo alternativo ao vinho tinto - parece conseguir impedir a quebra de consumidores deste tipo de vinho.
A variedade verde é aquela que apresenta uma maior resiliência às perdas, mantendo, no essencial, o seu núcleo de consumidores (cerca de 30%) e que apresentam uma maior incidência no Norte Litoral e Grande Porto.
O Alentejo continua a ser, globalmente, a região produtora de vinhos mais apreciada (preferida por 61% dos consumidores), destacando-se, ainda, o Minho que, com 24% das preferências, ultrapassa pela primeira vez a região do Dão, assumindo-se como a terceira região mais apreciada. |