A Região Demarcada do Douro prevê para esta vindima uma produção média de vinho a rondar as 295 mil pipas, o que representa um aumento de cerca de 23 por cento em relação às estimativas para 2011.
Segundo dados da Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), divulgados ontem, a expectativa de colheita para esta vindima é de cerca de 295 mil pipas, num intervalo de previsão entre as 269 e as 325 mil pipas.
As previsões apontam para um aumento de cerca de 23 por cento relativamente ao potencial de produção médio previsto para 2011.
Fernando Alves, director executivo da ADVID, afirmou à agência Lusa que o resultado final da próxima vindima vai depender das condições climáticas que se registaram até Setembro.
Nesta fase, de pós-floração das videiras, destaca-se a baixa disponibilidade de água no solo, que condicionou o vigor das plantas e a ocorrência de forte desavinho (um acidente fisiológico em que não ocorre a transformação das flores em fruto).
Este ano vitícola situa-se entre os seis mais secos desde há 40 anos, com menos 52 por cento, em média, de precipitação acumulada. Actualmente, o acumulado regista perdas de 45 por cento.
A evolução da seca foi ligeiramente atenuada em Abril e Maio, mas estas ocorrências não foram suficientes para efectuar uma recuperação dos valores de seca severa.
"Ponderando estes factores, provavelmente os valores finais de produção poderão estar mais colados ao limite inferior do intervalo de previsão feito", salientou Fernando Alves.
O responsável referiu que este está a ser um ano "relativamente fresco" até agora, o que tem ajudado um pouco, apesar da situação de seca em que o Douro se encontra.
"Se tivermos um aumento drástico de temperatura, poderá haver consequências mais complicadas para o desenvolvimento da planta, se continuarmos num cenário de temperatura amena, até poderemos perspectivar um ano com excelente potencial qualitativo", frisou.
As previsões da ADVID são efectuadas com base no modelo pólen, recolhido em Maio nas três sub-regiões do Douro: Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior.
Esta acção é feita por esta associação com o apoio do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) e análise laboratorial e estatística da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. |