Cerimónia de entrega de prémios no Palácio da Bolsa juntou dia 1 de Junho cerca de 350 participantes
Vales de Ambraes, Terras de Geraz, Nostalgia, Via Latina e Portal do Fidalgo receberam Óscares do Vinho Verde.
Vales de Ambraes (branco), Terras de Geraz (branco), Nostalgia (Alvarinho), Via Latina (Alvarinho) e Portal do Fidalgo (Alvarinho) foram distinguidos com o mais alto prémio do concurso Melhores Verdes'12: o Best Of, atribuído por um júri internacional composto por especialistas de oito dos principais mercados de exportação. O Palácio da Bolsa, no Porto, foi o palco escolhido pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) para anunciar todos os galardoados da edição de 2012, nomeadamente os 14 Verde Ouro, os 13 Verde Prata e os 91 Verde Honra.
A Gala do Vinho Verde, que há mais de 25 anos é promovida pela CVRVV, marcou ainda o arranque oficial da Academia do Vinho Verde, um projecto inovador na área da formação no que respeita às regiões demarcadas portuguesas. Apresentado oficialmente foi ainda o livro Memórias e Histórias do Vinho Verde, da autoria da jornalista Ilídia Pinto.
O Vales de Ambraes 2011 é um vinho branco produzido por Belmiro de Azevedo na Quinta de Ambrães, no Marco de Canaveses. Fiel às origens, o patrão da Sonae é detentor de uma produção própria de quatro hectares na subregião de Amarante, tendo conquistado, pela primeira vez, um dos cinco Best Of dos Melhores Verdes.
Já o Terras de Geraz, branco, colheita de 2011, é produzido por Armindo Fernandes, em Viana do Castelo, numa região dividida em três freguesias - Moreira de Geraz do Lima, Santa Leocádia de Geraz do Lima e Santa Maria do Geraz do Lima - conhecida pelas suas castas loureiro e vinhão.
O top 5 da edição 2012 do concurso da CVRVV foi dominado pelos Alvarinho. Também galardoado com o prémio Best Of Vinho Verde foi o Nostalgia, da Quinta das Touquinheiras, uma propriedade com nove hectares localizada em Melgaço.
Outro Alvarinho distinguido foi o Via Latina, colheita 2011, produzido pela Vercoope, uma empresa com sede em Santo Tirso que agrupa várias cooperativas da região. Por fim, o último Best Of da noite foi para o Portal do Fidalgo, produzido desde 1995 pela PROVAM, uma sociedade de viticultores que produz unicamente a casta Alvarinho, na região de Monção.
Na Gala dos Vinhos Verdes que reuniu no Palácio da Bolsa cerca de 350 participantes, naquele que é o maior encontro anual de produtores, comerciantes e especialistas de Vinho Verde, foram também conhecidos os 14 premiados com o galardão Verde Ouro, os 13 com o Verde Prata, o extenso rol de 91 com o Verde Honra e ainda os nove com o Regional Minho Honra, todos distinguidos por um júri nacional constituído por representantes da CVRVV, do Instituto da Vinha e do Vinho, CVR congéneres, jornalistas da especialidade, escanções e consumidores.
Academia do Vinho Verde apresentada
Antes de serem conhecidos os galardoados da noite no Palácio da Bolsa, a CVRVV deu a conhecer oficialmente a Academia do Vinho Verde, um projecto único na área da formação existente nas regiões demarcadas.
Segundo Manuel Pinheiro, presidente da CVRVV, "o crescimento do Vinho Verde, sobretudo na exportação, tem levado a CVRVV a desenvolver várias acções de formação, seja na área da vinha e do vinho, seja na área do Marketing". Trata-se, assim, de um projecto que visa, sob o chapéu da nova marca Academia do Vinho Verde, oferecer um conjunto de cursos de formação aos produtores de Vinho Verde, mas também ao público em geral, em áreas que podem ir da gestão dos custos na vinha ao inglês técnico ou à gestão eficiente de água, energia e resíduos no enoturismo.
É, afinal, sublinhou ainda Manuel Pinheiro, "o projecto que vai congregar e, acima de tudo, dinamizar a vocação da CVRVV como entidade formadora".
Um dos objectivos mais ambiciosos da Academia do Vinho Verde passa por pôr em prática uma espécie de programa ERASMUS mas para empreendedores. O conceito é o mesmo do programa existente à escala europeia para estudantes do ensino universitário. Ou seja, o Wine ERASMUS desenvolvido no âmbito da Academia do Vinho Verde permitirá a vinda para a região demarcada de estudantes ou mesmo especialistas que já terminaram a formação académica de outros estados-membros e também possibilitará a ida de portugueses para os países da União Europeia, em busca de conhecimento, ao abrigo de estágios de três ou seis meses.
As novidades anunciadas pela CVRVV na gala que premiou os melhores Vinhos Verdes envolveram ainda a apresentação pública do livro Histórias e Memórias do Vinho Verde, escrito pela jornalista Ilídia Pinto e editado pela comissão que representa a maior região demarcada do país. O livro vai ser posto à venda na sede da CVRVV, no Porto, em livrarias e garrafeiras e postos de turismo das Câmaras da região dos Vinhos Verdes. Custa seis euros, tem 72 páginas e foi cofinanciado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte.
"'Histórias e Memórias do Vinho Verde' é o resultado da investigação da jornalista Ilídia Pinto, em colaboração com alguns dos atores da história mais recente da região", considerou Manuel Pinheiro, na apresentação oficial do livro, acrescentando que o objectivo é contribuir para "a preservação e valorização da história da região".
Também presente no lançamento de Histórias e Memórias do Vinho Verde, a jornalista Ilídia Pinto confessou "o prazer inenarrável de aprender com vários dos maiores conhecedores da história do Vinho Verde", depois de um trabalho de investigação e de campo que durou cerca de um ano. |