Vem aí a 17ª. declaração de Barca Velha, vinho tinto do Douro criado por Fernando Nicolau de Almeida em 1952 na Quinta do Vale Meão.
De facto, a Casa Ferreirinha/Sogrape vai anunciar a nova colheita deste tinto raro e mítico na próxima quarta e quinta-feiras durante uma visita de jornalistas da especialidade ao Douro Superior e à Quinta da Leda, onde atualmente se produz este vinho. Será a segunda declaração de Barca Velha deste séc. XXI da responsabilidade de Luís Sottomayor, atual diretor de enologia, que em 2008 lançou o Barca Velha 2000.
Sucederam-se os lançamentos dos Reserva Especial 2001 e 2003, e as suas afirmações públicas de que 2002, 2005 e 2006 não seriam Barca Velhas. Se atendermos a que em geral a afinação de um Barca Velha se prolonga por seis a oito anos, admito que a novidade da próxima semana recaia sobre a colheita de 2004, ano de excelentes Portos Vintages no Douro.
Assim, em 60 anos (1952-2012) apenas foram reconhecidas 17 colheitas de Barca Velha: primeiro por Fernando Nicolau de Almeida (1952, 1953, 1954, 1957, 1964, 1965, 1966 e 1978), depois por José Maria Soares Franco (1981, 1982, 1983, 1985, 1991, 1995 e 1999) e por fim por Luís Sottomayor que fez parte da equipa de enologia dos seus antecessores.
O Barca Velha constitui um marco na história do vinho em Portugal e particularmente no Douro. Durante a segunda metade do séc. XX foi um vinho solitário, tendo na atualidade concorrentes com diferentes caraterísticas. |