Mais de 900 vinhos portugueses estarão à prova no 19º Concurso Mundial de Bruxelas (CMB), uma espécie de "campeonato do mundo" do setor, que este ano terá lugar em Guimarães, entre os próximos dias 4 e 6.
Portugal regista assim um número recorde de participações ficando muito próximo do terceiro país mais bem representado no concurso, a Itália, que estará presente com quase mil vinhos.
As duas maiores representações são, uma vez mais, as de França e de Espanha, com 2.550 e 1.600 vinhos inscritos, respetivamente.
O Douro, com 238 amostras, o Alentejo, com 193, Lisboa, com 114, Minho, com 108, e as Beiras, com 101, são as regiões vinícolas nacionais com maior representação.
Os números são um dos pontos fortes do CMB deste ano: mais de 8.300 vinhos bebidas espirituosas do mundo inteiro (um aumento de 10 por cento face à edição anterior) vão ser provados por mais de 320 peritos oriundos de 40 países.
O diretor geral do concurso, Thomas Costenoble, referiu aliás que um crescimento como este foi "um verdadeiro desafio", de tal modo que a organização decidiu mesmo "fechar as inscrições mais cedo do que estava previsto".
"Nunca tal tinha acontecido nos 19 anos deste concurso", realçou.
O vereador Amadeu Portilha, da Câmara Municipal de Guimarães, disse, por sua vez, à Agência Lusa que "o Concurso Mundial de Bruxelas traz cerca de 400 jornalistas de todo o mundo", o que é mais outra cifra significativa.
A cidade, Capital Europeia da Cultura deste ano, quer "provar que sabe receber muito bem", justificando assim por que motivo já foram "batidos todos os recordes no primeiro trimestre".
Os museus locais receberam "mais 46, 5 por cento de visitantes e o teleférico registou uma afluência superior a 90 por cento face ao período homólogo do ano anterior", exemplificou Amadeu Portilha.
O autarca reforça que o Concurso Mundial de Bruxelas é outro evento que vai "ajudar à promoção internacional da cidade" e motivo mais do que suficiente para se "fazer um esforço para que esta seja uma grande experiência".
"Como qualquer concurso internacional, o CMB é uma oportunidade de os vinhos de Portugal ganharem uma maior notoriedade, o que é atingido sobretudo quando o número de medalhas alcançado é relevante", afirmou à Lusa o presidente da ViniPortugal, Jorge Monteiro.
O responsável considerou ainda que a realização deste evento em Portugal contribui para "reforçar a nossa imagem como país produtor de grandes vinhos, quer pelo impacto que possa ter na imprensa internacional, quer pelo facto de, nestes dias sermos visitados, por mais de 300 jurados vindos dos mais diversos países".
É a segunda vez que o CMB faz escala em Portugal, depois de Lisboa, em 2006, ano em o evento, com origem na Bélgica, iniciou a sua itinerância internacional.
Os vinhos concorrem por uma medalha (prata, ouro e grande medalha de ouro) e pelo título de melhor vinho na sua categoria.
O chefe da Câmara de Provadores do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto , Bento Amaral, o produtor bairradino Carlos Campolargo e o crítico João Afonso são alguns dos jurados portugueses.
As provas terão lugar durante uma maratona distribuída por três sessões matinais.
Na última edição do Concurso Mundial de Bruxelas, realizada no Luxemburgo, Portugal participou com cerca de 650 amostras e obteve 235 medalhas. |