Lamego - O ex-emigrante Joaquim Teixeira está a dar vida nova a uma das quintas mais bem situadas à margem direita do Douro. Com uma história pouco conhecida, que soma já cerca de 400 anos, a Quinta do Caleiro, localizada na freguesia de Gouvinhas, em Sabrosa, distrito de Vila Real, tem como produto um dos vinhos mais bem conceituados do mercado.
Situada no cimo de uma encosta e tendo o Douro a seus pés, a Quinta do Caleiro conta com 43 hectares, divididos entre vinha, olival e mato.
Quem a visita desfruta de uma paisagem magnífica e de uma vista panorâmica de um dos mais belos e importantes rios de Portugal.
Actualmente, a principal actividade desta Quinta é a produção vínica, baseada nas castas Tinta Roriz, Tinta Barroca, Touriga Franca e Touriga Nacional. Após serem engarrafados, os vinhos DOC e Reserva são distribuídos pelo país, além de seguirem para vários destinos na Europa, bem como para o Brasil.
De acordo com Joaquim Teixeira, o segredo do sucesso e da qualidade do vinho «Quinta do Caleiro» é devido ao facto de que parte da produção é feita à moda antiga. Outro factor a destacar é o caracter local do vinho. «Um dos nossos objectivos é produzir vinhos de qualidade. Devo lembrar que esta Quinta encontra-se na melhor zona do país, em termos de vinhas, já que este terreno é profundamente xistoso», salientou.
O vinho «Quinta do Caleiro» começou a ser comercializado em 1998. «Todos os que saboreiam este vinho ficam com a sensação de que uma nova tendência vínica está a nascer na região», confessa um desconhecido consumidor.
Neste momento, as instalações da Quinta passam por algumas obras de melhoria, que irão garantir o futuro da produção.
Ex-emigrante volta às origens
Em 1956, José Teixeira (ou Teixeirinha, para os amigos), natural do concelho de Sabrosa, emigrou para o Rio de Janeiro com o intuito de conquistar uma vida melhor. Naquela cidade trabalhou em várias profissões sempre para garantir o seu sustento. Mas após 40 anos a viver longe de Portugal, José Teixeira optou, em 1995, por voltar às suas raízes.
Na volta à sua terra natal, Teixeirinha pôde «reencontrar o seu Douro». «Neste momento, ainda não é possível calcular a produção anual desta Quinta, já que estamos em fase de remodelação de algumas estruturas, tais como a linha de engarrafamento, que vai ser modernizada. Tenho muito prazer em estar de volta a Portugal. Farei de tudo para transformar o nosso vinho num dos melhores da região. Posso dizer que até agora recebi muitos elogios pelo produto que temos», revela. |