Numa altura em que se discutem estratégias para Portugal sair da crise, eis que o sector da alimentação e bebidas se posiciona como um 'cluster' forte, com as exportações a crescerem 8,4% (de 2005 a 2010), acima dos 3,4% das exportações totais de bens de Portugal, com destaque para o vinho e o azeite.
Exportar, exportar, exportar. Esta é a fórmula que soma cada vez mais adeptos quando se trata de traçar uma estratégia para Portugal recuperar da crise. E entre os sectores que podem contribuir para a concretização desta estratégia está a alimentação e bebidas, que exportou 1,9 mil milhões de euros em 2010, atingindo 1,3 mil milhões de euros só entre Janeiro e Agosto.
Segundo análise da ES Research - Research Sectorial, este sector representa 5,3% das exportações nacionais de bens, tendo crescido, entre 2005 e 2010, a uma taxa média anual de 8,4%, acima das exportações nacionais de bens (3,4%). Neste segmento destaque para a exportação de vinhos de uvas frescas, a crescer 2,5%, de cerveja de malte, a evoluir 13,9%, e de azeite, que aumentou 14,5%.
Portugal é pois o 5.º exportador mundial de azeite, tendo conseguido nos últimos cinco anos inverter uma situação de importador líquido deste produto para uma posição de exportador líquido em 2010. Prova desta tendência é a recente inauguração do 2.º maior lagar do mundo, em Ferreira do Alentejo, com um investimento de 20 milhões de euros.
Em 2010, o sector do azeite totalizou 156 milhões de euros, representando 8,2% das exportações nacionais de bens alimentares. Com um total de 46,5 toneladas exportadas, no mesmo período, o azeite tem como principais destinos de exportação o Brasil (63,4%), Angola (9%), Espanha (8%), Venezuela (6%), EUA (5%) e Cabo Verde (3,5%).
Em 2009, trabalhavam no sector do azeite 454 empresas, que representavam 4,4% das empresas da indústria da alimentação. Neste mesmo sector, no mesmo período, trabalhavam 1400 pessoas, representando 1,5% do emprego da indústria da alimentação. |