Três vinhos portugueses foram eleitos para o grupo dos 25 melhores a nível mundial pela revista especializada Decanter, que anunciou na quarta-feira à noite os vencedores dos Prémios Mundiais do Vinho.
O Bacalhoa Moscatel 2004 foi eleito o melhor vinho licoroso a menos de 10 libras (11 euros), o Tagus Creek Shiraz e Trincadeira 2010 o melhor tinto de mistura a menos de 10 libras e o Madeira Verdelho Henriques & Henriques 15 anos o melhor vinho licoroso a mais de 10 libras.
Sarah Amed, crítica de vinhos que recebeu em nome da Falua, confiou à Lusa que os júris “ficaram encantados” com o Tagus Creek, por ser “muito fresco e aromático e [possuir] carácter para um vinho deste preço”.
Hugo Campbell, importador e director da Ehrmanns wines, explicou que o “estilo português de moscatel está tornar-se mais conhecido [no mercado britânico] pela elevada relação qualidade-preço”, como o Bacalhoa, que custa cerca de nove libras (10 euros), “tendo em conta que estes vinhos são envelhecidos cerca de seis anos”.
Para Humberto Jardim, administrador, este é mais um prémio internacional para os vinhos da Henriques & Henriques, produtor de vinho da madeira que já tinha sido galardoado há dois anos pela Decanter, algo que admite ser “benéfico” para as vendas, embora não tenha quantificado.
Este ano, Portugal igualou a França, país tradicionalmente reconhecido pelos seus vinhos, no número de prémios internacionais e ultrapassou-a no total de medalhas atribuídas este ano.
O júri da Decanter avaliou no total 12 254 candidatos, dos quais 237 foram distinguidos com medalhas de ouro e 118 receberam troféus regionais.
Na lista dos vencedores internacionais estão também vinhos franceses, italianos, espanhóis, neo-zelandeses, argentinos e, surpreendentemente, um chinês, vencedor do prémio internacional de tinto varietal Bordéus a mais de 10 libras.
França foi o país produtor com maior número de prémios e Espanha concorreu com o maior número de vinhos (1200), que receberam um recorde nacional de medalhas e distinções (828).
Mas a Decanter afirma que “o país para o qual os consumidores e especialistas devem estar atentos é Portugal, que ganhou prémios para mais de 84 por cento dos candidatos, incluindo três troféus internacionais”.
Os vencedores dos prémios partem agora em digressão por uma série de provas de vinho em 21 países, incluindo o Brasil, EUA, França, China e Rússia.
Ganham também o direito de usar para efeitos promocionais o prémio e um autocolante nas garrafas com um D dourado correspondente à distinção feita pela Decanter, cujo efeito nas vendas é substancial.
Hugo Campbell revelou à Lusa que uma recomendação como esta pode impulsionar as vendas em “30 a 40 por cento”.
A Decanter é uma revista especializada em vinhos com milhares de leitores em mais de 150 países, tendo lançado estes prémios internacionais em 2004. |