Após 20 anos de negociações, a União Europeia (UE) e os Estados Unidos assinaram hoje em Londres um acordo segundo o qual Washington reconhecerá as denominações de origem europeia e Bruxelas aceitará as práticas enológicas americanas.
Segundo o acordo, os EUA mudarão o 'status' de 17 denominações de origem da UE, que actualmente qualifica como "semigenéricos" (vinhos que têm uma origem geográfica no seu início e são tão manipulados que acabam por perdê-la) para venda dessas bebidas.
Entre as 17 denominações de origem estão nomes como Málaga, Jerez, Borgonha, Champagne, Chianti, Claret, Madeira, Porto, Marsala e Sauterne.
Em troca, Bruxelas aceitará determinadas práticas de produção norte-americanas "não cobertas pelas excepções reconhecidas pela UE", segundo um comunicado emitido pela Comissão Europeia (CE) após a ratificação do acordo.
Além disso, os vinhos europeus estarão isentos dos requisitos de certificação que os EUE exigem desde 2004.
Ambas as partes se comprometem a tentar "resolver eventuais problemas bilaterais" por meio de consultas "bilaterais e informais", em vez que "mecanismos formais de resolução de conflitos".
Após a assinatura do acordo, a comissária europeia da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Miriann Fischer, comentou que o pacto "facilitará o acesso dos vinhos europeus ao lucrativo mercado dos EUA, no qual os consumidorse sabem apreciar a qualidade" dos vinhos e a "sua longa história".
O consenso alcançado por Bruxelas e Washington marca o fim de 20 anos de negociações e abre a porta para um segundo acordo mais ambicioso, cujas conversas estão previstas para começar em três meses.
De acordo com os dados da UE, as exportações europeias de vinho para os EUA atingem os dois mil milhões de euros anuais, 40% do total das vendas europeias neste sector ao exterior. |