O Mateus Rosé é um vinho rosado, leve, fresco, aromático e ligeiramente adocicado. Nasceu em plena II Guerra Mundial mas depressa conquistou o paladar de portugueses e estrangeiros. A Sogrape produz cerca de 20 milhões de garrafas Mateus Rosé por ano, o correspondente a 2,4 milhões de euros.
O vinho rosé tem um simples segredo de produção: o método de vinificação a partir das uvas tintas. São usadas cubas próprias para o efeito, onde as uvas são deixadas a macerar entre duas a vinte horas, procedendo-se depois à sangria.
Um método simples, experimentado há cerca de 70 anos por Fernando Van Zeller Guedes e que fez a diferença entre os vinhos de mesa. Foi assim que nasceu o Mateus Rosé, em 1942, dando origem a um tipo de bebida alcoólica diferente e que agradou desde a primeira prova. Outras marcas nacionais seguiram o exemplo do Mateus Rosé. Outros produtores estrangeiros tentaram imitar o vinho rosado mas nunca conseguiram apurar o tradicional sabor frutado com teor alcoólico que varia entre os 12 e os 13,5 graus.
O sucesso do Mateus Rosé conquistou o mundo já nos anos 60 do século passado. As exportações começaram para o Brasil, Angola e Moçambique. Depois para o Reino Unido e EUA. Actualmente, bebe-se Mateus Rosé em cerca de 140 países dos cinco continentes. A Sogrape exporta até para Timor--Leste. A grande parte da produção anual de 20 milhões de garrafas de Mateus Rosé é para a exportação, embora em Portugal seja também apreciado e líder de vendas entre os vinhos de mesa correntes e a preços acessíveis.
"A Sogrape faz questão de recomendar quais os preços a que os vinhos devem ser vendidos ao público nos diversos estabelecimentos comerciais", disse ao CM Rita-Vilas Boas, directora de marketing da empresa sediada em Avintes, Gaia. O Mateus Rosé também evoluiu ao longo dos últimos anos.
Do original, nasceu o aragonês com variantes e, mais recentemente, o espumante Sparkling Rosé. "Está a ser também um sucesso, tal como aconteceu com os outros rosés", salienta Rita Vilas--Boas.
Apreciado por reis, estadistas e estrelas
Fernando Van Zeller Guedes criou o Mateus Rosé em 1942 e desenhou a garrafa inspirado nos cantis dos soldados. Para promover a marca no Mundo, enviou duas garrafas a cada embaixador português, pedindo-lhes que provassem o vinho e, se gostassem, o dessem a provar a um amigo local. Uma campanha publicitária barata e eficaz.
E assim o Mateus Rosé conquistou o gosto da rainha Isabel de Inglaterra, do Papa Paulo VI, de Calouste Gulbenkian, da fadista Amália Rodrigues e de Jimmy Hendrix, guitarrista americano. Amália e Hendrix até fizeram campanhas publicitárias da marca. O líder cubano Fidel Castro resistiu à americana Coca-Cola mas rendeu-se ao português Mateus Rosé. Os líderes africanos Amílcar Cabral (Guiné), Agostinho Neto (Angola) e Samora Machel (Moçambique) brindaram com Mateus Rosé o fim do colonialismo português naqueles países, durante uma cimeira na Nigéria. |