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O bom vinho volta a casa |
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Diário de Notícias | 01-07-2011 |
Ao Congresso Mundial da Vinha o do Vinho juntou-se a 9.ª assembleia geral da Organização Internacional da Vinha e do Vinho. Pela Alfândega do Porto passaram especialistas de mais de 50 países.
"Dai-lhes bons vinhos e eles vos darão boas leis." Vamos partir do princípio que Montesquieu sabia do que falava, o que torna fundamental um congresso da vinha e do vinho numa altura de mudança de governo. Foi isso que aconteceu na semana passada, embora um pouco mais a norte do Palácio de São Bento. O edifício da Alfândega, no Porto, recebeu a 34.ª edição do Congresso Mundial da Vinha e do Vinho, que regressou a Portugal 13 anos depois.
Subordinado ao tema "A construção do vinho - uma conspiração do saber e da arte", o congresso, ao qual se juntou a 9.ª assembleia geral da Organização Mundial da Vinha e do Vinho (OIV), reuniu mais de 50 especialistas reconhecidos a nível internacional e observadores.
Oportuno no momento em que o País aposta na internacionalização dos vinhos nacionais com o lançamento da marca Wines of Portugal, o congresso depositava muitas expectativas em termos de imagem e prestígio. Expectativas que a organização considera que não foram defraudadas, apontando as 25 resoluções aprovadas no congresso como sendo "da maior importância para o sector vinícola, com especial enfoque nos domínios do desenvolvimento sustentável da indústria, da saúde pública e da informação ao consumidor".
Para Portugal, são de salientar as alterações ao nível das práticas enológicas e métodos de análise, tornando os vinhos automaticamente reconhecidos para efeitos de comércio com países terceiros, que vão permitir tornar os vinhos portugueses mais competitivos nos mercados internacionais.
As mais de 700 pessoas que passaram pelo recinto foram convencidas pela "fama mundial do Porto e dos seus vinhos", afirmou o presidente da OIV, Yves Bénard, número que demonstra bem o sucesso desta edição.
Para os estrangeiros, "a hospitalidade dos portugueses e a originalidade do tema proposto acabaram por convencer um vastíssimo número de participantes a contribuir para a construção de um novo ponto de encontro incontornável para o mundo da vinha e do vinho". Também Isabel Marrana, presidente da Associação das Empresas de Vinhos do Porto e da Associação Um Porto para o Mundo, que incluiu o conjunto das entidades organizadoras do evento, disse que a iniciativa representa uma excelente oportunidade para um país que aposta no reforço das suas exportações.
As honras de abertura do congresso foram confiadas ao recém-galardoado arquitecto Siza Vieira, que falou sobre "As construções do Vinho", bem como ao economista Manuel de Novaes Cabral, que apresentou uma conferência subordinado ao tema "O vinho na construção dos territórios". O edifício da Alfândega do Porto acolheu grande parte das conferências, mas houve também visitas às regiões demarcadas do Douro e dos vinhos verdes. |
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