A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) vai investir meio milhão de euros para melhorar e promover o enoturismo, sendo a formação dos produtores uma das principais apostas, anunciou hoje o presidente daquele organismo.
Segundo Manuel Pinheiro, a aposta na formação dos produtores centrar-se-á ao nível das línguas, da forma de receber e da definição de programas de visitas.
"Muitos produtores ainda não sabem o que oferecer, e em que condições, aos turistas. Quando um turista chega a uma cave, deve saber o que vai visitar, ter percursos bem definidos, locais de estacionamento e infraestruturas básicas", referiu, à Lusa.
Para o presidente da CVRVV, o produtor, quando chega um visitante, "tem de contar uma história, tem de o apaixonar".
"O enoturismo não é uma forma de vender vinho, é um setor turístico no qual o vinho é o mote. É claro que o produtor há de acabar por vender, mas de uma forma natural", sublinhou.
Nesse sentido, o projeto da CVRVV, aprovado no âmbito do Minho In, visa também o apoio de arquitetura e de conceção de materiais para que os produtores possam ter uma pequena loja em cada uma das caves.
Outro aspeto privilegiado pelo projeto é a promoção, "porque há em Portugal dezenas de adegas que podem ser visitadas, mas os portugueses e os estrangeiros não sabem".
Manuel Pinheiro lembra que esta falta de promoção se reflete no número "muito limitado" de enoturistas em Portugal.
"As Caves do Vinho do Porto recebem 700 mil visitantes por ano, e esse é o único caso verdadeiramente significativo de enoturismo em Portugal. Fora disso, há muito pouco", afirmou.
Para o responsável da Região dos Vinhos Verdes, "ainda há um longo caminho a percorrer" em Portugal em matéria de enoturismo, "mas é um caminho que vale a pena", já que aquele é um dos setores "que mais vai crescer nos próximos anos".
Manuel Pinheiro falava em Barcelos, à margem de uma conferência sobre "Vinho Verde e Enoturismo -- que futuro?", promovida pelo Pelouro do Turismo da Câmara local. |