O ministro da Agricultura, António Serrano, propõe que os vinhos portugueses devem investir "mais e melhor" em tecnologia, conhecimento e promoção para conseguirem consolidar a sua presença nos mercados internacionais e conquistar notoriedade.
"Há ainda um longo caminho a percorrer", sublinha o governante numa mensagem lida hoje na abertura do I Encontro e Prova Internacional de Vinho, a decorrer até sábado em Celorico da Beira, onde não pode estar presente devido a compromissos de agenda.
Na comunicação, o governante aponta como principais desafios "continuar o esforço para ter boas vinhas", que produzam vinhos de qualidade, e "promover e afirmar a identidade de Portugal nos mercados externos como país produtor de vinhos de qualidade, distintos e de carácter único".
Com o aumento de valor das exportações portuguesas, irá gerar-se "maior competitividade em toda a fileira vitivinícola".
No entanto, António Serrano congratula-se por, «apesar das dificuldades da conjuntura nacional e internacional», o vinho português ter tido, nos últimos dois anos, "inúmeros sucessos e variados elogios na crítica internacional especializada", destacando o prémio atribuído à Sogrape como melhor empresa europeia de vinhos.
E lembra que, no ano passado, "as exportações do sector do vinho representaram 1,6 por cento do total das exportações portuguesas e mais de 15 por cento do sector agro-alimentar".
O bom desempenho das exportações traduziu-se «no aumento significativo em quantidade exportada, a que correspondeu um valor de 650 milhões de euros», ou seja, um acréscimo de 16 por cento, que «foi suportado essencialmente pelo comportamento dos vinhos tranquilos», explica.
Segundo o ministro, no que respeita aos principais mercados de exportação, "houve um crescimento em quase todos", quer em valor, quer em volume, sendo que "o peso das exportações portuguesas de vinho, sem Porto e Madeira, é maior nos países exteriores à União Europeia", que representam 53 por cento do valor das exportações.
Angola é o principal destino dos vinhos portugueses, com um peso de 27 por cento em volume e 17 por cento em valor.
"Também ao nível da produção se assistiu a uma evolução positiva", sublinha, explicando que a campanha 2010/2011 teve um aumento de 21,3 por cento relativamente à anterior.
Os vinhos certificados, "indicadores de uma aposta na qualidade", representam mais de 70 por cento da produção, acrescenta.
O presidente do Turismo da Serra da Estrela, Jorge Patrão, considerou que a qualidade do vinho é cada vez mais importante para a «melhoria da tipologia do turista», mais exigente e que "tenha mais significado para a economia regional".
No âmbito do programa do I Encontro e Prova Internacional de Vinho, realiza-se hoje e sexta-feira o congresso "Vinhos portugueses: novos desafios e estratégias".
O sábado será dedicado a provas de vinhos e mostra de vinhos e produtos regionais. |