Arlindo Cunha, antigo ministro da Agricultura de Cavaco Silva, tomou, anteontem, posse como novo presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVRD). Objectivo primeiro: pôr a quota actual do mercado do vinho ao nível da excelência que lhe é reconhecida.
O novo líder da CVRD acha "intrigante e preocupante" a tendência de queda da quota de mercado do vinho do Dão, registada desde o início desta década - "cujos 5 a 6% situam a região atrás do omnipresente Alentejo, do singular Verde, do emblemático Douro e mesmo do recém-chegado Terras do Sado" -, ao mesmo tempo que a sua qualidade tem vindo, desde a década de 90, a ser mundialmente reconhecida.
Perante esta realidade, e partindo do princípio de que é preciso "reagir com inconformismo e energia" para recolocar o Dão no "pelotão da frente", Arlindo Cunha promete, para os próximos três anos, trabalhar para inverter a situação actual a partir de quatro grandes objectivos: coesão institucional, promoção e marketing, reforço dos serviços a prestar aos agentes económicos do sector e reforço da componente de investigação.
"A viticultura regional não pode descolar da vanguarda do processo de modernização e inovação", defende Arlindo Cunha, disponível para encetar contactos com o Ministério da Agricultura e o Instituto Politécnico de Viseu, de modo a que seja constituída uma parceria "capaz de transformar o Centro de Estudos Vitivinícolas de Nelas num verdadeiro centro de ID&E como já foi no passado". O novo presidente da CVRD reconheceu, ainda, o trabalho desenvolvido pela equipa que o antecedeu na liderança da CVRD, a cuja direcção presidiu Valdemar Freitas.
O Dão estende-se por um território de 388 mil hectares, tem cerca de 20 mil com vinha, distribuídos por 60 mil explorações, das quais cerca de metade têm menos de um hectare. A região representa cerca de 8% da área vitícola do país. Produz entre 45 a 50 milhões de litros/ano, equivalentes a 6% da produção nacional. |