As exportações de vinho verde, a segunda denominação de origem (DOC) mais vendida para o exterior depois do vinho do Porto, estão este ano a crescer 14% face a 2009, naquele que foi o melhor ano de vendas de sempre da região.
Os dados são de Abril e revelam que foram já exportados mais de 4,475 milhões de litros deste vinho, contra os 3,919 em igual período de 2009. O crescimento em valor é semelhante, para 10,424 milhões de euros.
Em 2009, as exportações ultrapassaram os 27 milhões de euros, para mais de 80 mercados. Os EUA continuam a revelar-se "o mercado líder para a região", sublinha Manuel Pinheiro, presidente da Comissão de Viticultura dos Vinhos Verdes (CVRVV), com um crescimento de 45% face a 2009.
E se é verdade que o vinho verde assegura já mais de 40% das exportações nacionais de DOC engarrafados, Portugal conta com uma quota da ordem dos 20% e, desde 2000, vem conquistando "aumentos de quota consistentes", diz Manuel Pinheiro, ao mesmo tempo que os preços médios na produção "crescem acima da inflação".
O marketing é um dos enfoques especiais do plano estratégico da CVRVV. Dos 1,4 milhões de orçamento para marketing que a comissão dispõe anualmente, 70% são dirigidos para os mercados externos, de modo a aprofundar a presença em mercados-alvo como os EUA, Canadá, Brasil, Alemanha, Reino Unido, Suíça e países nórdicos. A diferenciação é uma vantagem em que o verde aposta. "Não nos preocupa sermos melhores ou piores do que os outros porque a alma do vinho verde é ser diferente", diz Manuel Pinheiro. Leveza e baixo teor alcoólico são factores distintivos que os responsáveis da comissão pretendem "trabalhar cada vez mais". Mas o plano estratégico aposta ainda no aumento da competitividade da região, apoiando a reconversão da viticultura e das empresas. A palavra de ordem é produzir mais e com menos custos.
Em vez dos 20 mil locais onde se produz, diz Manuel Pinheiro, os verdes têm de ser "uma região mais especializada". Ou seja, onde o viticultor se especialize na produção, "e esta seja rendível", e as uvas sejam canalizadas para um número "muito menor" de adegas cooperativas e centros de vinificação privados onde se faça uso "da melhor tecnologia numa produção direccionada para as necessidades do mercado e com benefício da maior economia de escala". |