Com as vindimas já a decorrer no Alentejo, algumas das mais emblemáticas adegas cooperativas da região esperam este ano aumentar a produção e também a qualidade dos vinhos, pois, a uva reúne, à partida, o ?grau ideal?.
“A uva que estamos a receber é de qualidade e com o grau ideal”, assegurou à agência Lusa Joaquim Carvalho, presidente da Adega Cooperativa da Vidigueira, Cuba e Alvito.
As vindimas entre os associados desta adega cooperativa do distrito de Beja, “afamada” sobretudo pelos seus vinhos brancos, arrancaram na última segunda feira.
“O andamento das vindimas está dentro do ritmo normal. Nós até já enchemos a nossa capacidade e estamos em período de fermentação”, acrescentou.
De acordo com Joaquim Carvalho, a quantidade de uva recebida este ano vai ser “superior à média” registada pela adega nas campanhas transatas, visto que, nos últimos dois anos, registaram-se “quebras muito grandes”.
“Por isso, vamos produzir mais este ano”, sublinhou, embora não tenha adiantado números.
Também a Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz (Carmim), cujos associados já começaram as vindimas no passado dia 18, perspetiva “inverter a tendência dos últimos três anos”, em que “se registaram quebras na produção”, disse o enólogo da “casa”, Rui Veladas.
“Esperamos voltar a ter uma produção média. Este ano choveu muito e as vinhas têm estado a fazer uma maturação mais atrasada. A expetativa é que a vindima se prolongue para lá do habitual”, disse.
Segundo o enólogo da Carmim, que é a maior produtora de vinhos do Alentejo, as previsões apontam ainda para uma “boa” qualidade da uva seja “boa”, esperando a empresa receber cerca de 19 milhões de quilos de uva na atual campanha.
“Tudo depende de como vão correr as próximas semanas em termos climatéricos, mas a nossa expetativa passa por aumentar a qualidade e quantidade”, sublinhou Rui Veladas.
Por seu turno, Manuel Rocha, diretor geral da Adega Cooperativa de Borba, que iniciou a produção esta sexta feira, espera manter a produção ao “nível do ano transato”.
“Esperamos uma produção controlada. Em termos de qualidade ainda é cedo para falar, mas esperemos que seja tão boa como no ano passado”, declarou.
Também contactada pela Lusa, fonte da Adega Cooperativa de Portalegre (ACP) revelou que a campanha para rececionar as uvas dos seus 120 cooperantes foi iniciada segunda feira.
A mesma fonte explicou que não há ainda uma estimativa da quantidade de uvas que a ACP vai receber, mas, à partida, a maior percentagem será de uvas tintas.
Em termos qualitativos, os responsáveis consideram que também é cedo para avançar com uma avaliação, uma vez que as altas temperaturas das últimas semanas tiveram como consequência que as uvas parassem os processos de maturação.
De acordo com a mesma fonte, em determinadas zonas geográficas da região de Portalegre, prevê-se alguma quebra da produção, devido à precocidade da uva e à pluviosidade registada na altura da floração, entre outros fatores. |