Apesar da crise, as vendas do vinho da região de Lisboa têm crescido nos últimos anos, muito pela aposta destes produtores nas exportações, que actualmente têm como destino 50 países.
Segundo Carlos João Pereira da Fonseca, da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVR-Lisboa), esta CVR foi autorizada a mudar a designação de “Estremadura” para “Lisboa” em maio 2008, pelo que os vinhos apenas em 2009 começaram a usar a nova designação e “é demasiado cedo para se ter números fiáveis acerca da influência que a mudança de nome teve nas vendas da região”.
No entanto, os resultados que esta região tem obtido “são muito positivos”, tendo “subido todos os anos no número de vinho certificado”, apesar da crise, passando de “cerca de 17, quase 18 milhões de garrafas em 2007 para 21 milhões de garrafas em 2009”, considerou.
“Este ano, até junho, no primeiro semestre, voltámos a subir sete por cento e as exportações têm continuado também a ser um dos grandes motores das vendas da nossa região. Nós exportamos, pelos números que temos, mais de 50 por cento do vinho certificado, neste momento, para mais de 50 países”, afirmou.
Este responsável salientou que a região transformou-se muito nos últimos tempos, “desde a nova tecnologia, às adegas, aos enólogos e aos próprios produtores”, já que ao lado dos tradicionais, há novos produtores “que estão há 10 ou 12 anos no mercado”.
Carlos João Pereira da Fonseca salientou que a alteração da designação da CVR pretendeu “um nome que tivesse maior notoriedade no mercado externo”, porque “o mercado nacional que é um mercado saturado” e “o nome de Lisboa, que é a capital do país, é uma grande referência”.
“Evidentemente que também temos crescido no mercado nacional. Este aumento todo não é só da exportação, mas a parte mais significativa é a do mercado externo”, salientou.
O vinho de Lisboa é exportado sobretudo para Angola, Bélgica, Reino Unido e EUA.
Depois há outros destinos importantes, como a Noruega, à cabeça de outros países eslavos, o Canadá e a Alemanha, numa lista de 50 países que inclui destinos tão diferentes como o Brasil, a Austrália, a China, os Emirados Árabes, a Índia, o Qatar e Guadalupe.
Para promover o vinho no estrangeiro, a CVR-Lisboa participa em ações com outras entidades, mas também tem iniciativas próprias, muitas com o apoio da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), que tem decrescido muito nos últimos anos.
“O Estado desinvestiu muito nos orçamentos dos ICEP locais e nós temos tido muita dificuldade em obter apoio do ICEP precisamente pela falta de meios que as delegações têm nos mercados de destino”, criticou, salientando que Portugal “tem de continuar a apostar nos mercados e é claro que isso custa muito dinheiro, mas é um trabalho que tem de ser feito e tem de haver apoio se se quiser continuar a exportar”. |