O cantor Cliff Richard foi pioneiro no desenvolvimento da moderna vinha algarvia, há mais de dez anos, e o seu exemplo foi seguido por outros investidores, estrangeiros e não só. Hoje, o vinho do Algarve ultrapassou o «carimbo negativo» que o manchou durante décadas e tornou-se uma certeza de qualidade.
Nesta época de veraneio em que o país quase pára, o Algarve é a região de que mais se fala. Quem calcorreava estas praias imensas, há umas boas dezenas de anos, lembra-se certamente de haver sempre uma aldeia por perto, onde era obrigatória a passagem pela taberna ou tasquinha local, para uns petiscos e um copo de vinho. Porque era vinho o que ali mais se consumia, e vinho algarvio. Comia-se fatias de pão da região, azeitonas, várias partes do atum que ainda abundava – a muxama era obrigatória – e mesmo umas ovas de polvo com molho vinagrete, cavalas alimadas, conquilhas e lingueirões com muito alho e coentros, choquinhos fritos com alho e muitos outros petiscos simples e saborosos. E lá ia outro copito de vinho.
Em Porches, por exemplo, havia uma tasquinha cujo proprietário tinha uma pequena vinha onde fazia um tinto que aconselhava a beber com moderação pois «o magano chega aos 16 graus!», explicava. À noite, nas pequenas tascas ou restaurantes de Lagos, Portimão, Albufeira ou Tavira era normalmente o vinho da Adega Cooperativa de Lagoa que regava as refeições. Era barato e bebia-se bem, embora aparecessem também uns tintos de Lagos e de Tavira que não ficavam mal na mesa.
Hoje, esses antigos vinhedos de quintal são condomínios, aldeamentos e resorts, uma procura de terrenos, algo caótica, para fins turísticos que se verificou ao longo de muitos anos, sem o cuidado de preservar um património rural que poderia ter sido respeitado, sem prejuízo da modernização. E hoje, quem sabe, os milhares de turistas que frequentam esses locais de qualidade teriam a possibilidade de usufruir também desses néctares quase de boutique, dispostos a pagar bom dinheiro por esse privilégio.
Nessa época, a Adega Cooperativa de Lagoa impunha-se e chegou a ter vinhos interessantes, sobretudo alguns tintos muito claros, quase palhetes, que se deixavam beber muito bem. Com o desenvolvimento turístico, muitos vinhedos desapareceram e os que foram ficando, a maior parte ligada às adegas cooperativas, estavam moribundos, obsoletos, ultrapassados, com a qualidade dos poucos vinhos produzidos a não ultrapassar a mediocridade.
Cliff Richard
Até que há pouco mais de dez anos um dos mais famosos residentes do Algarve – e que havia já muito tempo tinha escolhido esta região para viver –, o cantor Cliff Richard (Sir), resolveu mandar plantar vinhas na sua propriedade da Guia. Juntamente com o casal amigo Nigel e Lesley Birch, também britânicos e também residentes, fez uma sociedade que até hoje gere várias propriedades e uma adega.
Assim nasceu a Adega do Cantor, com plantação de vinhas modernas de castas recomendadas e uma adega moderna com óptimos meios de produção. O filho de Nigel, Max Birch, um dos actuais sócios, é o responsável pela vitivinicultura e pela adega. Mal sabia Cliff Richard que estava a escrever as primeiras linhas da história dos vinhos do Algarve da era moderna. Os seus vinhos agradaram e foram uma boa surpresa, embora se instalasse algum cepticismo, pois o carimbo negativo da região era enorme. Mas os vinhos do cantor britânico vendiam-se, exportavam-se, foram evoluindo e, recentemente, até foi lançado o primeiro espumante. Sim, meus amigos, um espumante rosé bruto do Algarve.
Os vinhos foram evoluindo e outros apreciadores de bom vinho e do Algarve acharam que era chegada a hora de investir também. E assim, desde há meia dúzia de anos, tem-se operado uma verdadeira revolução na viticultura algarvia. Foram surgindo explorações agrícolas, umas atrás das outras, dedicadas à produção de vinho, com investimentos vultosos. Algumas delas são pertença de estrangeiros que resolveram radicar-se no Algarve e dedicar-se a este tipo de produção.
Francês com costela algarvia
Guillaume Leroux, nascido em Paris, filho de mãe portuguesa de Lagos e pai francês da Bretanha, é um deles. Fez formação em viticultura e enologia em Montpellier e uma pós-graduação em biotecnologia no Porto, em parceria com uma universidade australiana. Aí conheceu alguns enólogos de referência portugueses e foi para o Douro, onde passou pela Taylor’s, pela Quinta do Côtto e pela Quinta do Tedo, e por ali esteve cinco anos, ganhando experiência e conhecimentos e contactando com o mundo do vinho profundo.
«O Douro foi uma escola prática, uma experiência fundamental para conhecer e entender o mundo do vinho e, sobretudo, a viticultura. Ali aprendi a conhecer os solos e todas as suas componentes, o que me deu experiência para poder escolher as melhores soluções no Algarve», disse à NS’.
O avô materno, nascido em Sagres, comprou em tempos uma quinta perto de Lagos que apenas tinha vinhas de bordadura. Em 1998, Guillaume começou a idealizar o seu próprio projecto, afinal o seu grande sonho. Andava a analisar castas portuguesas tradicionais quando descobriu o Bastardinho de Sagres, quase extinto. Estudou os solos, fez comparações, pesquisou e começou por plantar Bastardo e Alfrocheiro nos tintos, Arinto e Perrum nos brancos. Plantou, modernizou, inovou – mas sem utilizar rega, uma das suas teimosias, pensando sempre em fazer vinhos de gama média alta.
«Quero continuar a fazer vinhos simples, naturais, de quinta, mas de qualidade superior. É esse o meu objectivo. E enquanto puder não vou utilizar rega nas minhas vinhas, é uma teimosia minha!»
Para a adega foi comprando material em segunda mão mas com a qualidade mínima necessária, muitas vezes rudimentar, adaptando-o àquilo que pretendia fazer, que era bom vinho, desenvolvendo a sua ideia de vinho do produtor, vinho de quinta.
Neste momento estão no mercado os seus Monte da Casteleja branco, rosé e tinto, e o Maria Selection tinto, um vinho mais sofisticado, especial. Com a ajuda da mulher, vende o seu vinho directamente na restauração, em lojas da especialidade e à porta da adega, tentando manter uma independência que considera fundamental.
O produtor nunca se dá por satisfeito e procura sempre novas soluções, como por exemplo as favas que planta entre as vinhas, na sua época, o que, além de ser esteticamente interessante, vai dar nutrientes naturais aos solos e, logo de seguida, alimentar os nossos pratos com petiscos como umas favas com chouriço e coentros.
Médico vinicultor
Outro dos novos produtores do Algarve é Patrick Agostini, nascido em França, em Saint-Tropez, numa família italiana de Piemonte, já com muitas ligações ao mundo do vinho. No entanto, quando os avós emigraram para França não deram continuidade ao negócio. Mas a curiosidade e o gosto tomaram conta de Patrick que estudou viticultura e enologia em Bordéus, embora a sua formação profissional seja médico patologista, tendo mantido sempre a ideia de voltar ao negócio dos seus antepassados. Quando casou com uma portuguesa, decidiu estabelecer-se no Algarve, a região que encontrou mais parecida com a sua terra natal.
Trabalhou em hospitais e mais tarde montou o seu negócio de laboratórios. Mal assentou, começou logo a procurar terreno para dar corpo ao sonho de plantar vinhas e fazer vinho. Em passeios pelo barrocal algarvio, Patrick ficou fascinado com as terras xistosas, perto de Silves, e não hesitou. «Descobri estes terrenos pobres com muito xisto e pensei que poderiam ser adaptados à plantação de vinhas. Foi preciso muito trabalho para preparar os socalcos onde plantei as vinhas, mas valeu a pena. Estou satisfeito», admitiu.
E a partir de 2002 plantou as primeiras vinhas, do total de 8,5 hectares actuais da Quinta do Francês, com as castas Trincadeira, Aragonês, Cabernet Sauvignon e Syrah, de que resultaram os primeiros tintos em 2006. Hoje tem no mercado um vinho branco feito com uvas que compra na região. Já este ano arrancou o projecto de enoturismo que tinha idealizado, com a possibilidade de fazer visitas à adega e às vinhas, de provar os vinhos e de os comprar ali mesmo na moderna loja.
Estão no mercado duas gamas de vinho: Encosta de Odelouca Branco, Rosé e Tinto de 2008, e Quinta do Francês Tinto de 2007. Com uma curiosa e bem-humorada designação em inglês, no rótulo que toda a gente percebe e que refere a origem dos vinhos: chama-lhes Odelouca River Valley, numa referência à ribeira de Odelouca, onde se situam as vinhas.
Escultor alemão
O mais recente dos estrangeiros a investirem na produção de vinhos no Algarve foi o alemão Karl Heinz Stock. Nascido e criado na Alemanha, viveu durante vinte anos entre Berlim e Moscovo e tem inúmeros negócios na Rússia, sobretudo na área do petróleo. Homem de negócios, o seu refúgio foi sempre a escultura, uma grande paixão. Cansado do tipo de vida que levava, retirou-se para o Algarve e montou um estúdio para poder dar largas à sua criatividade. Mas a sua outra grande paixão fez que viesse a adquirir uma propriedade onde já se fazia vinho, e assim surgiu a Quinta dos Vales, em Estombar. «Produzo vinhos em Portugal porque sou um grande adepto dos vinhos portugueses», disse.
Ali iniciou um processo de recuperação da propriedade com o objectivo de produzir grandes vinhos, associando-lhes o turismo de qualidade e o respeito pela natureza. Recuperou várias casas e construiu outras de raiz, que oferecem recato e muita qualidade, padrão que quer manter em tudo o que faz. Até criou um pequeno jardim zoológico com animais de quinta e algumas espécies exóticas. Mas a palavra-chave do seu sucesso é «evolução». Por isso fez os investimentos necessários para que os seus vinhos pudessem evoluir no sentido da excelência: renovou e plantou novas vinhas, tendo hoje 21 hectares, e construiu uma nova adega com a mais moderna tecnologia. A adega antiga foi recuperada e transformada em duas salas de prova.
Stock rodeou-se de uma equipa técnica moderna e competente e os seus vinhos têm vindo a ser muito apreciados. Em três anos receberam mais de vinte prémios, entre os quais duas medalhas de ouro – em Londres e em Bruxelas. «Para mim o vinho é um produto natural que deve ser tratado com respeito e cuidado. É importante investir nos meios técnicos necessários, mas as vinhas são fundamentais para ter boas uvas. Devemos respeitar a natureza, para que ela nos dê a direcção e crie desafios. Só assim poderemos fazer o vinho com que sonhamos», salienta.
Apesar do tempo que dedica à escultura e à organização de exposições e outras actividades, é o vinho que continua a tomar a maior parte do seu tempo, pretendendo fazer sempre mais e melhor, em constante evolução. No entanto, é já famosa a sua colecção de esculturas de grande porte representando ursos pintadas por artistas plásticos portugueses e estrangeiros que vai convidando. Constituem uma exposição itinerante a que chamou «Dança dos Ursos». Quem sabe se poderá ser mais um meio eficaz para chamar a atenção para a qualidade dos modernos vinhos algarvios...
Portugueses
Mas não são só estrangeiros que estão a fazer grandes vinhos no Algarve. Há também portugueses que se entusiasmaram e que estão a obter óptimos resultados. É o caso de Rui Virgínia, nascido no Barreiro, que rumou ao Algarve em 1975. Fez Gestão de Empresas em Évora, casou com uma algarvia e, em 1995, iniciou um negócio de exploração de citrinos, seguindo o exemplo da família da mulher, produzindo, com sucesso até hoje, limões, laranjas e clementinas. Em Évora, no entanto, tinha tomado contacto com o mundo do vinho, pelo qual se apaixonou quando fez um curso de jovem agricultor. A partir de 2000, começou também a investir na vinicultura. «O dinheiro que ganho nos citrinos dá para sustentar o negócio dos vinhos», diz, entre risos, Rui Virgínia.
As primeiras castas – Arinto, Chardonnay, Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Syrah, Aragonês e Trincadeira – foram escolhidas por intuição por este autodidacta que tem na produção de vinho a sua grande paixão. Investiu em maquinaria moderna e hoje tem uma adega simples mas muito bem equipada, com uma boa rede de frio e óptimos cascos de madeira, a que chamou Quinta do Barranco Longo.
Plantou vinha até aos actuais 15 hectares, mas tem arrendados mais dez hectares de vinhas na região, perto de Algoz. Até ao final de 2010, terá no mercado dez vinhos entre brancos, rosés, tintos e até um espumante. «Estou curioso de saber qual vai ser a reacção do mercado ao espumante que vou lançar. É um grande desafio», confessa.
Rui Virgínia vai lançar um vinho novo, a que chamou «Remexido», em homenagem ao célebre fora-da-lei, estilo Zé do Telhado, que chefiou a guerrilha miguelista no Algarve nos anos que se seguiram à Guerra Civil, até ser preso e fuzilado, em 1838. Irrequieto, atento às novidades e à evolução do mercado, Rui Virgínia não vai parar de inovar e dar corpo a novas ideias e desafios.
Além destes produtores que estão na crista da onda, que investiram acertadamente e estão já a recolher o reconhecimento do mercado pelos seus vinhos de qualidade, há outros, um pouco por todo o Algarve, que têm vindo a melhorar a qualidade, começando sempre por investir em vinhas e meios técnicos e recorrendo a pessoas com formação, num mercado cada vez mais competitivo.
Assim, na zona de Lagos podemos encontrar a Quinta dos Lopes, a produzir vinhos tintos e licorosos, e a Herdade dos Seromenhos, a produzir vinhos brancos e tintos. Na região de Portimão aparecem a Quinta do Morgado da Torre, já com grande tradição, a produzir brancos, rosés e tintos; a Herdade dos Pimenteis, moderna, a produzir brancos e tintos; e a Quinta da Penina, com um branco e vários tintos, já com uma imagem bastante cuidada.
Na região de Lagoa é a tentativa de recuperação da tradição da Adega Cooperativa de Lagoa, que agora se fundiu com a Adega Cooperativa de Lagos, dando assim origem à Única – Adega Cooperativa do Algarve e aproveitando todo o potencial não só de vinhedos mas sobretudo de capacidade instalada de meios técnicos. Já está a produzir licorosos, brancos, rosés, tintos e mesmo um moscatel. Destaque ainda para a Quinta de Mata-Mouros, com rosés e tintos; o Paxá Wines, com rosés e tintos; a Quinta da Vinha, com rosés e tintos; e a Quinta João Clara, com brancos, rosés e tintos.
Finalmente, na região de Tavira, onde também há boas condições para produzir vinho, apresenta-se a Quinta dos Correias, com vinhos tintos de boa qualidade.
Divulgação
Mas outros produtores estão a despontar neste Algarve que não pára de nos surpreender e onde há coisas boas para além da excelência das praias e do clima temperado. Agora há uma enorme responsabilidade da parte do comércio de distribuição e sobretudo dos restaurantes e hotéis na divulgação destes vinhos e da sua harmonização com a gastronomia local. Note-se que a produção vinícola algarvia assenta ainda, e principalmente, nos vinhos tintos, embora haja já boas soluções nos brancos e em alguns rosés.
Isto quer dizer que pode estar na altura de, a exemplo de outras regiões, os restauradores irem também à descoberta de outros produtos que não os do mar – o barrocal algarvio tem coisas deliciosas. Há que ter em conta a sazonalidade de muitos desses produtos e tentar ligá-los com os vinhos locais, trabalhando juntamente com os produtores e, como se faz por exemplo no Alentejo e no Douro, promover os vinhos da região, sem bairrismos mas com a certeza de que já se fazem vinhos de grande classe no Algarve. As críticas e a aceitação nacionais e internacionais não deixam margem para dúvidas.
Por isso, caro leitor, a partir de agora, sempre que visitar terras algarvias, peça um vinho do Algarve, prove brancos, tintos e roses, que encontra com facilidade em supermercados e em todas as boas garrafeiras da região, a preços sensatos. Nas boas garrafeiras poderá provar muitos deles, recolher mais informações e escolher o que mais lhe agradar.
Mas há outra solução, por exemplo quando sai da praia, ao princípio da tarde. Nessa altura, porque não procurar um ou outro produtor que esteja mais próximo e fazer uma visita à adega, apreciar a beleza dos vinhedos, que agora estão repletos de cachos maduros à espera das vindimas que não tardam, visitar as adegas e verificar a qualidade dos equipamentos, a higiene das instalações e provar os néctares, guiado por quem sabe e que terá muito prazer em dar-lhe todas as explicações, para que entenda melhor o que está dentro dos copos?
E pode até comprar vinhos a preços convidativos, para depois das férias, lá em casa, convidar aqueles amigos que têm a mania de que sabem muito sobre vinhos e, em prova cega, com bons copos e servindo os vinhos à temperatura adequada, fazer um brilharete e pô-los a beber também os vinhos algarvios.
Alguns produtores servem petiscos simples e por encomenda, normalmente para pequenos grupos, podem até servir refeições. A Quinta do Vale tem mesmo alguns apartamentos, confortáveis e bem equipados, que aluga por períodos diversos, quem sabe se para umas férias diferentes.
Notas de Prova
Espumante Rosé Bruto Quinta do Cantor
Da colheita de 2008, apresenta bonita cor rosada, limpo, com cordão persistente, aroma intenso a frutos vermelhos e toque seco, a pão torrado, muito agradável. Na boca é envolvente, tem frescura, embora saiba a frutos vermelhos, suave e ligeiramente seco, cheio de elegância. Para servir bem fresco, na companhia dos belíssimos mariscos e peixes do Algarve. Custa cerca de 12,50 euros e foi concebido também para comemorar os 50 anos de carreira artística de Cliff Richard. Por isso apetece cantar-lhe: Congratulations, título da canção que levou ao Festival da Eurovisão em 1968. E obrigado pela coragem que teve.
Maria Selection Tinto, 2007
Esteve muito bem feito com Bastardo, Alfrocheiro e Alicante Bouschet, num ano excepcional. Apresenta aromas de frutos vermelhos maduros, framboesa, morango e notas mentoladas cheias de frescura. Boca cheia, suave, aveludado, muito boa acidez a dar equilíbrio ao conjunto, que deixa final de boca longo e seguro, à venda por sete euros. É um vinho com classe, originário daquelas vinhas rústicas plantadas em solos pobres mas onde se dão muito bem, tendo-se adaptado à morfologia do terreno.
Quinta do Francês Tinto, 2007
É um vinho excelente, vermelho-escuro, que apresenta aromas densos de fruta preta, notas de chocolate mas com bastante frescura. Na boca tem corpo, é cheio, com taninos seguros, revela bastante mineralidade mas também boa fruta madura. Tem muito boa acidez e algum floral que lhe dão complexidade e fazem dele um vinho saboroso, enigmático, que deixa belo final e que acompanha muito bem uma galinha cerejada tradicional do barrocal algarvio. Numa garrafeira custa cerca de 17 euros.
Grande Escolha Branco Quinta do Barranco Longo, 2009
Já no mercado, é um vinho jovem, moderno, de cor citrina carregada, limpíssimo, cheio de frescura e aromas de fruta branca e a flores do campo. Na boca tem excelente acidez, frescura, notas de limão, alguma mineralidade que lhe dá secura e é óptimo final de boca. Encontra-se por sete euros e é um vinho branco que marca a nova tendência dos vinhos algarvios.
Quinta dos Vales Grace Vineyard Branco, 2009
Apresenta-se com classe, um branco com fragrância de madeira dos barris em que fermentou e em que o equilíbrio entre as castas é notável, com aromas de fruta branca, de flores e de baunilha, tudo envolto em suavidade. Na boca é bastante elegante, vai evoluindo, seguro, com ligeiro fumado mas ao mesmo tempo bastante frutado, aveludado mas com frescura, um vinho que aguenta bem gastronomia variada, sobretudo marisco e peixe e mesmo um bom bacalhau assado no forno. E que ainda vai aguentar uns anos em garrafa. Como estará daqui a meia dúzia de anos? |