Até agora o calor não afectou a qualidade do vinho que se produz na zona de Almeirim e as perspectivas para 2010 são de um ano vinícola com maior produção e com grande qualidade nos brancos. A vindima da uva tinta está prevista para o início de Setembro.
Apesar da vaga de calor que assolou a região no final de Julho e início de Agosto, os enólogos das principais adegas da zona de Almeirim são unânimes em dizer que o ano de 2010 vai ser um óptimo ano para os vinhos brancos, que devem apresentar-se muito aromáticos.
A vindima da uva branca começou na primeira semana deste mês e as perspectivas, até ao momento, são as melhores, prevendo-se um aumento na produção porque apesar de adversas as condições climatéricas acabaram por ajudar este sector.
“Estamos bastante entusiasmados com esta vindima. A uva está em óptimo estado na vinha. Existe alguma humidade no solo, devido ao Inverno rigoroso que tivemos e as plantas estão bastante saudáveis, pelo que estamos com grandes expectativas relativamente aos resultados qualitativos deste ano vinícola”, explicou Dina Luís, enóloga do Casal Branco.
A perspectiva do enólogo da Adega Cooperativa de Almeirim, Romeu Gonçalves, vai no mesmo sentido, reforçando que as uvas que têm sido entregues pelos produtores são de boa qualidade.
O calor veio dar uma “mãozinha” na maturação dos vinhos e prevêem-se brancos muito aromáticos e bem equilibrados. Para prevenir o elevado grau alcoólico, algumas adegas iniciaram a vindima mais cedo este ano. “Arrancámos uma semana antes em relação ao ano passado (a 10 de Agosto), porque já no ano passado o calor fez aumentar os níveis de açúcar e por conseguinte o grau alcoólico.
Este ano quisemos prevenir e iniciámos a campanha mais cedo para não obtermos esses teores tão elevados de álcool. Até porque a tendência é beberem-se vinhos com menos grau, principalmente os brancos”, refere o enólogo da Adega Cooperativa da Gouxa, Tiago Felícia.
O segredo para um bom vinho está, primeiramente, na boa qualidade da uva e no bom tratamento da vinha durante todo o ano.”Esse é um factor fundamental. Nós temos terrenos pobres. É tudo charneca, areias e as uvas são muito ricas e com uma grande complexidade aromática, o que se traduz depois no vinho. As produções são baixas e, desta forma, há logo mais concentração na videira. Depois, na adega, damos o toque final. Mas esse é um segredo muito bem guardado”, sublinha sorridente Marta Reis Simões, enóloga da Quinta da Alorna.
A vindima da uva tinta está planeada para começar no mês de Setembro. A fruta já tem a coloração desejada e aguarda-se apenas a boa maturação das uvas, para que os vinhos não fiquem demasiado verdes. |