O eurodeputado comunista Pedro Guerreiro está preocupado com a gradual liberalização do mercado do vinho e com as consequências nefastas que essa situação pode ter para o tecido produtivo nacional nesse sector.
No balanço de uma visita efectuada à Adega Cooperativa de Almeirim, na sexta-feira, Pedro Guerreiro afirmou que a colocação de vinhos importados a baixo preço e de pouca qualidade no nosso mercado obriga à redução dos preços praticados pelos produtores nacionais. Uma situação que afecta particularmente as adegas cooperativas, que assim pagam cada vez menos aos seus associados.
Reportando-se ao caso de Almeirim, o político referiu que “a situação é grave”, pois são cerca de seiscentos associados que não tiram rendimento da produção que fazem. Ou seja, o que recebem pelas suas uvas não paga os custos de produção, esclareceu.
Considerando que “o Ministério da Agricultura não pode assobiar para o lado” e que “tem de conhecer a realidade das adegas cooperativas”, Pedro Guerreiro defendeu apoios à produção “caso a caso” e o aumento do grau de exigência relativamente ao vinho que entra nosso país.
Até final do ano a Comissão Europeia vai avançar com uma proposta referente à organização do mercado do vinho, mas Pedro Guerreiro rejeita desde já a possibilidade do fim do subsídio à destilação, bem como a liberalização crescente do mercado e os eventuais apoios ao arranque de vinha.
No mesmo dia, o eurodeputado visitou ainda os Bombeiros Voluntários de Benavente e contactou com os trabalhadores da fábrica de açúcar de beterraba DAI, em Coruche, antes da conferência de imprensa que deu ao final da tarde na sede do PCP em Santarém. |