A Região Demarcada do Douro vai transformar em Vinho do Porto 123.500 pipas em 2006, significando um aumento de 3.500 pipas em relação à última colheita, anunciou o Instituto dos Vinhos do Porto e Douro.
A quantidade de vinho a beneficiar na próxima colheita, que se inicia em Setembro, foi definida pelo Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, organismo composto por 12 conselheiros, seis representantes do comércio e igual número da produção. O benefício é a quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de Vinho do Porto. Em 2005, a quantidade de vinho a beneficiar (mosto que cada viticultor pode destinar a vinho do Porto) fixou-se nas 120 mil pipas, o que representou uma diminuição relativamente ao ano anterior (de menos 6.000 pipas). Em 2004, o benefício atribuído foi de 126 mil pipas, um acréscimo de 18.100 pipas relativamente a 2003, altura em que apenas foram beneficiadas 107.900 pipas de Vinho do Porto, o número mais baixo dos últimos dez anos. A produção de Vinho do Porto, representada pela Casa do Douro votou contra o comunicado de vindima para este ano.
Manuel António Santos, presidente da Casa do Douro, afirmou que, através do voto contra, a produção quis “responsabilizar totalmente” o IVDP e a Associação de Empresas Vinho do Porto (AEVP) que votaram a favor do número de pipas estabelecido. Para o responsável, existem um “conjunto de questões” que têm que ser definidas, como dos preços mínimos do Vinho do Porto. Manuel António Santos considera que o benefício aprovado poderá ser “benéfico” se, no final do ano, não se verificarem excedentes de vinho na região e se permitir uma subida dos preços. Mas, se, pelo contrário, se verificarem excedentes e uma diminuição dos preços, este factor poderá contribuir para o agravar da crise na Região Demarcada do Douro. |