A Aveleda já vai buscar ao exterior 52% das suas vendas que, em 2009, se situaram nos 29 milhões de euros.
A Casal Garcia já representa 67% das exportações da Aveleda, empresa detentora da marca que produz vinho verde. Presente em 60 países, a marca assegura um volume de exportação de dez milhões de euros e é assumida pelos responsáveis da Aveleda como a sua "grande marca". O valor global das exportações da Aveleda atinge 15 milhões.
Segundo Martim Guedes, administrador da Aveleda, "Casal Garcia é a nossa grande marca global". O vinho Casal Garcia chega a todo o mundo, mas é nos Estados Unidos, Alemanha, Angola e Brasil que tem mais presença.
Aproveitando a notoriedade da marca e a apetência de alguns mercados pelo rosé, a Aveleda decidiu lançar há cerca de um ano o Casal Garcia Rosé. No entanto, as vendas ainda são pouco expressivas. O primeiro teste foi "doméstico e correu muito bem", só depois atacaram os mercados de exportação.
Martim Guedes realça que o novo vinho "tem já uma boa aceitação nos Estados Unidos", sendo que a variedade rosé representa 12% do consumo de vinho dos norte-americanos, o que permite a entrada "com mais naturalidade" deste vinho nos EUA. Já em Portugal, ao invés, o rosé representa apenas 4% do consumo de vinho.
O responsável da empresa garante que o rosé teve também "boa aceitação" na Alemanha e na Suíça, mas a maior surpresa foi o Brasil. "Não há tradição no rosé, mas a marca Casal Garcia é muito forte e teve bastante sucesso. Já estamos nas listagens das grandes cadeias", salienta. O Casal Garcia Rosé, que chega já a 28 países, representou 2,6% dos 29 milhões de euros facturados no ano passado.
Segundo Martim Guedes, a facturação da Aveleda desceu 3% face a 2008, o que, ainda assim, considera ser "um bom desempenho". "Esperava uma evolução bem mais negativa. Os nossos produtos não são bens de primeira necessidade (...), portanto são sensíveis à conjuntura", justifica. Esta queda nas vendas é, no entanto, compensada pelo crescimento de 3% das exportação.
Vinho verde em crescimento
Este incremento nas vendas para o exterior não foi estranho ao sector. Segundo os dados do INE, no ano passado foram exportados 13,6 milhões de litros de vinho verde (que valeram quase 30 milhões de euros). Trata-se de aumento em 600 mil litros face a 2008, em muito graças aos mercados norte-americano, alemão, francês e angolano.
"São mercados muito exigentes, onde os vinhos portugueses estão na moda e são unanimemente reconhecidos como um excelente ‘value for money'", garante Martim Guedes.
Os Estados Unidos são o principal destino do vinho verde português, representando 10% do total exportado em 2009. Martim Guedes explica as exportações para os EUA correm um pouco "ao sabor da taxa de câmbio, com factores de risco", mas ainda assim "a penetração dos vinhos no mercado tem crescido, é já uma mancha homogénea de Estado para Estado". Já França e a Alemanha representam, cada uma, 9% das exportações.
A Aveleda produz actualmente 14 milhões de garrafas por ano, sendo que 90% desse valor respeita ao vinho verde, sob as marcas Casal Garcia, Aveleda, Quinta da Aveleda e Follies. A empresa de Penafiel tem ainda no seu portfólio as marcas de vinho Charamba e de aguardente Adega Velha. Martim Guedes adianta que a "capacidade de produção pode atingir os 20 milhões de garrafas num espaço de cinco anos".
A Aveleda mantém a totalidade do seu capital nas mãos da família Guedes situação que é para manter. "Acreditamos que a proximidade entre a empresa e a família é fundamental para o nosso negócio e que haveria forte destruição de valor se a empresa perdesse a ligação à família", assegura Martim Guedes. "Estamos todos empenhados em manter este legado de cinco gerações", garante o mesmo responsável. |