Uma distinção da 'Wine Spectator' atraiu um importador americano: no dia seguinte, encomendou 40 mil garrafas.
Os vinhos da duriense Quinta do Vallado, uma produção dos tetranetos de D. Antónia Adelaide Ferreira (a Ferreirinha), foram distinguidos com a melhor pontuação de sempre dada a vinhos nacionais. Foram quatro vinhos, todos datados de 2007, ano de excelência na região do Douro, que a revista norte-americana da especialidade "Wine Spectator" classificou entre 94 (máximo são 100) e 96 pontos.
Segundo João Ferreira Ribeiro, administrador da empresa, o impacto daquela publicação especializada "é brutal em todo o mundo do vinho". Nos Estados Unidos, logo no dia seguinte à publicação das classificações no 'site' da "Wine Spectator" (a edição impressa é de Janeiro), "o nosso importador americano estava a pedir 40 mil garrafas". E com a colheita de 2007, actualmente nas lojas, as expectativas de vendas de João Ferreira Ribeiro são elevadas.
A empresa prevê um volume de negócios de 2,3 milhões de euros que, a concretizar-se, significa um crescimento de 27% face aos 1,8 milhões facturados em 2009. Mas, apesar da grande receptividade do mercado norte-americano aos vinhos 'premium' da Quinta do Vallado (os EUA valem 15% dos 40% das vendas para o estrangeiro), é para o mercado interno que João Ferreira Ribeiro aponta as garrafas. "Temos grande interesse em crescer na exportação, mas o mercado nacional é a nossa principal base, é mais rentável e tem menos custos", afirmou.
Ainda assim, os vinhos da Quinta do Vallado querem chegar mais longe, sendo que já são exportados para outros países como o Brasil (segundo principal mercado), Angola, Suíça, Alemanha ou Inglaterra. A próxima ofensiva será o Oriente, embora as primeiras garrafas já tenham seguido no final de 2009 para o Japão e para a China.
Com uma aposta centrada nos vinhos do Douro de elevada qualidade - pois "é a região com mais potencial do país para concorrer nos segmentos 'premium e 'super-premium'" -, a empresa quer aumentar a produção que, em 2009, se ficou pelas 400 mil garrafas (20 mil de Vinho do Porto). Para isso, finalizou no último Verão um projecto de seis milhões de euros numa nova adega, capaz de produzir 600 mil garrafas.
A Quinta do Vallado comprou também um terreno de 40 hectares no Douro, a Quinta do Orgal, num investimento de 400 mil euros e que implicou negociações com mais de 50 proprietários da região. A Quinta do Orgal será plantada faseadamente, estando previsto que este ano se cultive vinha em dez hectares, o que implica custos da ordem dos 350 mil euros.
Douro boys rumam ao Oriente em Maio
Os chamados Douro boys - grupo que reúne uma nova geração de produtores de vinho do Douro onde pontificam a Quinta do Vallado (João Ferreira Ribeiro), a Quinta do Crasto (Miguel Roquette), a Quinta do Vale Meão (Francisco Olazabal), a Quinta do Vale D. Maria (Cristiano van Zeller) e a Quinta de Nápoles (Dirk van der Niepoort) - vão fazer uma ofensiva promocional, em Maio, por terras do Oriente. A começar pelo mercado chinês: vão participar na ViniExpo em Hong Kong, entre 25 a 27 de Maio. A juntar à presença na feira, os Douro boys querem levar os seus vinhos a Tóquio, Macau, Singapura e Xangai, onde se preparam para apresentar os vinhos do Douro à imprensa especializada e a profissionais do sector. Dinâmicos, os ’Douro boys’ investem cerca de 200 mil euros por ano na promoção das suas marcas. |