Vinhos: até onde Portugal deve chegar?
País tem de competir com o Chile, Argentina e Itália
Agência Financeira | 06-03-2010

Portugal tem que «marcar presença maior no copos dos brasileiros», através de feiras, provas e outros eventos, para competir com os países que mais vinho vendem no Brasil - o Chile, o campeão, a Argentina e a Itália.

A opinião é de Marcelo Copello, considerado um dos mais influentes jornalistas de vinhos do Brasil e que sexta-feira apresentou uma selecção de vinhos brasileiros à Essência do Vinho 2010, que decorre no Porto até domingo, escreve a Lusa.

«Os vinhos portugueses estão no Brasil desde 1.500 com (Pedro Álvares) Cabral, não é recente a sua presença, mas o seu potencial ainda tem que ser explorado», realçou este Sábado Copello.

Os brasileiros que bebem vinho hoje começaram «a consumir vinhos sul-americanos, que são muito frutados e muito fáceis de beber, mas têm um problema que Portugal resolveu: é a diversidade de castas e sabores».

«Portugal dá dez a zero na variedade de castas e regiões» mas precisa de investir um pouco mais no Brasil porque a competição é muito grande, precisa de ir em bloco, sustenta.

A sua opinião é que «o lançamento da marca Wines of Portugal foi muito importante para isso», porque o produtor português, em geral, é pequeno e tem pouca força «sozinho» para lutar no mundo.

«Chile e Argentina já fazem isso», refere Copello, e agora Portugal, acredita ele, pode «conseguir lutar de igual para igual com a sua própria marca-chapéu».

A Itália tem presença superior à de Portugal por dois motivos: «os vinhos baratos prosseco e lambrusco, que têm um mercado cativo, e depois a restauração italiana que é muito forte, mais do que a portuguesa».

No Brasil, de acordo com Copello, os vinhos portugueses mais vendidos são os do Alentejo, «mas o Douro já é conhecido como uma região de vinhos Premium», ou seja, de gama alta.
 
 
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