A entrega da candidatura à UNESCO para a classificação das caves de Vinho do Porto como Património Mundial da Humanidade foi suspensa. O vereador da Cultura da Câmara de Gaia, Mário Dorminsky, explica que a ambição municipal é alargá-la a todo o Centro Histórico gaiense.
Apesar da ex-ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, ter concedido o aval à candidatura das caves por entender que, com a distinção, fecharia o triângulo constituído ainda pelo Douro Vinhateiro e pelo Centro Histórico do Porto (ambos já merecedores da classificação como Património Mundial), a Câmara de Gaia considera, hoje, que deve ir mais além. A candidatura começou a ser preparada em 2003.
Mário Dorminsky, que herdou este dossiê, assinala que seria redutor centrar a distinção apenas no engarrafamento e na distribuição do Vinho do Porto, ainda mais quando o grosso dessas operações já não ocorre em Gaia, mas na região do Douro.
"Gostaríamos que fosse considerado o Centro Histórico desde o Mosteiro da Serra do Pilar, que já está classificado, até à chamada zona do Castelo de Gaia na distinção como Património Mundial da Humanidade", indica Mário Dorminsky, realçando que, caso se avançasse com duas candidaturas (uma para as caves do Vinho do Porto e outra para o restante território da Zona Histórica), poderia originar um bloqueio da UNESCO por ambas incidirem na mesma área. "Continuamos a trabalhar na candidatura, mas não há data prevista para entregá-la. Poderá nem ser no meu mandato", acrescenta.
Para já, a prioridade é o investimento público e privado na reabilitação da frente fluvial do rio Douro e do Centro Histórico, que conta com fundos comunitários do Quadro de Referência Estratégico Nacional. As obras prolongar-se-ão por vários anos. Mário Dorminsky crê que deve fazer-se um compasso de espera, convencido de que a candidatura terá mais hipótese de vingar quando a recuperação do Centro Histórico estiver mais avançada. |