Governo quer exportar mais 10% de vinho até 2015
I on-line | 10-02-2010

Portugal vai investir 50 milhões de euros na criação de nova marca-chapéu: "Wines of Portugal".

O governo apresenta hoje um plano para relançar os vinhos portugueses nos mercados internacionais. Até 2015 a intenção é aumentar em 10% as exportações portuguesas deste produto, mais 60 milhões de euros face aos cerca de 600 milhões de euros de vinho português exportados anualmente, segundo dados compilados até Setembro de 2009.

Por agora estão reservados 50 milhões de euros até 2013 para a criação e promoção de uma nova marca para os vinhos portugueses vendidos lá fora, e todos os rótulos para o mercado externo serão adornados com um selo próprio, rendilhado, e denominados de "Wines of Portugal", mantendo porém os rótulos originais. Assim os vinhos deixarão de surgir nas lojas, armazéns ou restaurantes no estrangeiro como "Douro" ou "Alentejo", sendo simplesmente apresentados como portugueses. Do total do investimento previsto até 2013, 20 milhões será dinheiro público português e o restante será comunitário, segundo o Ministério da Agricultura (MA) avançou ao i.

O projecto que vai ser hoje apresentado conta com o envolvimento de todos os organismos responsáveis pelo vinho em Portugal, segundo o MA, e irá focar--se na sua primeira fase nos mercados norte-americano e britânico. Especialmente no primeiro, já que os EUA ocupam a terceira posição a nível mundial em termos de mercado de vinho, com 274 milhões de caixas de nove litros, e um consumo per capita de 11 litros registado em 2007, mais 9,4% do que o registado em 2003, segundo números do Instituto da Vinha e do Vinho.
De todo o consumo norte-americano, o vinho português tem apenas 1% do mercado. "Há uma dificuldade de associar sabores a Portugal. Num estudo que foi realizado no ano passado nos Estados Unidos concluiu-se que os consumidores não associam sabores a Portugal", apontou o Ministério da Agricultura. "Reposicionar o país, internacionalizar as empresas do sector e aumentar exportações dos vinhos de qualidade", é agora o objectivo, segundo o ministério.

Retrato do sector Em média, Portugal produziu sete milhões de hectolitros nas campanhas entre 2000/01 e 2008/09, valor que tem vindo a cair e que na campanha de 2008/09 ficou pelos 5,6 milhões de hectolitros, menos 8,2% do que na campanha anterior. O país conta com 240 mil hectares de superfície vitícola e perto de 30 mil produtores de vinho declarados. Deste total, apenas 105 produtores são responsáveis por 65% do total de vinho produzido em Portugal num ano. Douro (25%), Estremadura (17%) e o Alentejo e as Beiras com 14% são as regiões com maior peso na produção nacional, isto considerando a média das últimas três campanhas.

A iniciativa do governo que hoje é apresentada irá centrar-se sobretudo nos vinhos "premium" e "super premium", leia-se os vinhos com Denominação de Origem ou os vinhos de qualidade produzidos em região determinada (VQPRD) - estes últimos representaram 51% da produção declarada na campanha 2008/09, segundo o Instituto da Vinha e do Vinho.

 
 
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