As vendas ao estrangeiros ascenderam a 8 milhões de caixas, uma receita de 301 milhões de euros.
As exportações de vinho do Porto caíram 5,4% em 2009 em resultado da contracção do consumo nos principais mercados europeus, revelam dados do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), a que o DN teve acesso. A França, que representa um quarto do volume de vendas nacionais, registou quebra de 1,4%. Mas também a Holanda e a Bélgica compraram menos vinho do Porto: -7,2% e -4,1%, respectivamente.
No ano passado foram exportadas 8 milhões de caixas de 9 litros de Porto, o que gerou um volume de negócios de 301,6 milhões de euros, menos 4,6% do que em 2008. As vendas no mercado nacional não se encontram ainda fechadas, mas os totais registados em Novembro (1,3 milhões de caixas) apontam para que Portugal tenha uma quota de mercado de 13,9%, ligeiramente inferior a 2008.
Em declarações ao DN, o presidente do IVDP, Luciano Vilhena Pereira, diz que, apesar da quebra nas exportações, houve uma "melhoria de 1,1% no preço", acrescentando que "produtos de outras origens, como Bordéus e Champagne, foram mais atingidos pela crise nos mercados mundiais com reduções acima dos 25%" apesar de terem feito investimentos promocionais "bastante superiores".
E está confiante que, em 2010, o volume de vendas será "mantido", tendo em conta o "crescimento esperado nas economias dos principais consumidores", como França, EUA e Alemanha.
Globalmente, entre Janeiro e Setembro de 2009, Portugal exportou 1,014 milhões de hectolitros de vinho, revela o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), números que contrariam as previsões optimistas de um ano "em grande" para os vinhos nacionais. Em 2008, haviam sido exportados 1,8 milhões de hectolitros, uma quantidade já bastante inferior à de 2007, quando as vendas para países estrangeiros foram de 2,196 milhões de hectolitros.
O negócio gerou receitas de 276 milhões de euros, faltando contabilizar o último trimestre. "Os números ainda não estão fechados mas as indicações disponíveis apontam para uma produção de 6 milhões de hectolitros, sem grandes variações relativamente aos últimos anos.
O presidente da ViniPortugal, Francisco Borba, diz que ainda é "arriscado" avançar conclusões relativamente a 2009, pois existem dados "contraditórios" que "têm de ser analisados", mas garante que as exportações para "os principais mercados" têm estado a crescer, particularmente no que se refere a Angola e aos EUA.
"Angola continua a ser o primeiro mercado dos vinhos portugueses e continuamos a ocupar o primeiro lugar no grupo de países que vendem vinhos em Angola apesar de estar a surgir uma grande ameaça por parte da África do Sul", garante o presidente da ViniPortugal, salientando que a concorrência tem vindo a "apertar" para as empresas portugueses.
"Vendem-se em Angola vinhos chilenos e argentinos, mas os sul-africanos registaram uma subida muito significativa pois conseguem colocar o produto por terra, a preços muito mais favoráveis".
No caso dos EUA, as vendas cresceram entre 4% e 6%. "A crise funcionou a nosso favor pois os americanos baixaram o nível de compra para preços na casa dos 15/20 dólares e aí foram encontrar os vinhos portugueses com uma qualidade muito boa", diz o presidente da ViniPortugal,. Francisco Borba classifica o mercado norte-americano como uma "oportunidade excelente" para os vinhos nacionais. |