A nova direcção da Associação das Empresas de Vinho do Porto quer pacificar o sector, acabando com o antagonismo entre comércio e lavoura, e mais promoção externa para recuperar mercados.
António Saraiva (Rozès) toma amanhã (dia 22) posse como presidente da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), abrindo um novo ciclo depois de três direcções liderados por George Sandeman (Sogrape).
George Sandeman mantém-se todavia na direcção, alargada de cinco para sete elementos, e que conta, pela primeira vez, com um representante da Taylors's - Francisco Tovar. É um primeiro sinal de uma vocação pacificadora. À excepção da francesa Porto Cruz, todas as grandes casas de vinho do Porto estão representadas. António Filipe (Symington), José Eduardo Alves (Sogevinus), José Teles (Niepoort) e a directora executiva Isabel Marrana completam o elenco.
A sucessão verifica-se num momento de especial angústia dos operadores, depois do recuo avumulado de 12% nas vendas nos dois últimos anos. Em 2009, venderam-se 9,3 milhões de caixas, muito longe do recorde de 10,8 milhões.
Nova taxa em equação
António Saraiva está consciente da gravidade do momento, reconhecendo que é preciso investir na valorização e reposicionamento do vinho do Porto, através de campanhas no exterior, e reduzir a dependência dos mercados europeus.
A sua direcção irá apresentar ao Ministério da Agricultura a proposta da criação de uma nova taxa especial que, associada a fundos comunitários, financie um novo programa de promoção.
Nascido no Douro, o novo presidente da Associação das Empresas de Vinho do Porto resume em dois pontos os principais objectivos do seu mandato: pacificar o sector, aprofundando o diálogo e harmonia entre o comércio e a lavoura; elaboração de um caderno de encargos que proteja os valores fundiários do Douro, no âmbito da liberalização das plantações nas regiões vinícolas europeias, anunciada para 2013. |