Vinhos verdes com mais álcool
Limite máximo passa a ser de 14 por cento
Portugal Diário | 06-04-2006

O Conselho de Ministros fixou hoje o limite alcoométrico do vinho verde em 14 por cento, mais 1 por cento que o valor actual, seguindo uma recomendação da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CRRVV).

O decreto-lei que altera os estatutos da Região Demarcada dos Vinhos Verdes, hoje aprovado, fixa o limite máximo do título alcoométrico volúmico total dos vinhos verdes em 14 por cento e estabelece novas regras para a introdução no mercado desses vinhos e dos vinagres de vinho verde. 

O governo justifica a medida com o facto de as alterações climatéricas dos últimos anos terem provocado, em algumas sub-regiões da região demarcada dos vinhos verdes, o aumento do título alcoométrico.
Esse facto «obriga a entidade certificadora a impedir que muitos dos vinhos produzidos na região possam usar a denominação Vinho Verde por ultrapassarem o limite actualmente fixado de 13 por cento», afirma um comunicado do conselho de ministros.
 
Além da subida do título alcoométrico em 1 por cento, é ainda admitida a ultrapassagem do limite de 11,5 por cento «a todos os vinhos com indicação de casta - e não só, como até aqui, para a casta Alvarinho -, desde que legalmente admitida na produção dos vinhos com direito à denominação Vinho Verde».
O presidente da CRRVV, Manuel Pinheiro, congratulou-se com a alteração hoje aprovada, porque, disse à Lusa, permite introduzir maiores variedades. 

Sublinhando que o ano de 2005 foi «excepcional» para os vinhos do Entre-Douro e Minho, Manuel Pinheiro afirmou que a medida vai favorecer sobretudo os Alvarinhos que tiveram graus superiores a 13 por cento, tratando-se de pequenos lotes oriundos de vinhas novas.
Com o decreto-lei hoje aprovado, o vasilhame do vinho verde pode, sob determinadas condições, ser de outros materiais que não o vidro. 

Por outro lado, é aumentada a capacidade máxima do vasilhame do vinagre de vinho verde de 0,5 litros para um litro, «de forma a possibilitar a utilização de vasilhame de 0,7 e 0,75 litros».
Com cerca de 35.000 hectares de vinha plantada, 47.000 produtores e mais de 600 empresas engarrafadoras, a região demarcada do vinho verde produz em média 96 milhões de litros/ano e vende cerca de 62 milhões. 

A região, que alterna com o Alentejo a primeira posição no ranking das vendas no mercado nacional, exporta para mais de 100 países e para além do vinho verde (nas formas de vinho, aguardente, espumante e vinagre) produz também vinho regional Minho e vinho de mesa.
 
 
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