Vendas de Porto com o pior ano da década
Expresso | 23-12-2009

Vendas de vinho do Porto em 2009 voltam a cair 6%. A facturação ficará nos ?357 milhões- a exportação vale ?310 milhões. Reino Unido e Alemanha brilham.

As vendas de vinho do Porto voltam, este ano, a cair em volume e valor (6%). O sector regista o pior desempenho da década, mas resiste melhor que a generalidade das bebidas concorrentes ao ambiente recessivo que se abateu sobre o mercado mundial. Reino Unido, um dos destinos tradicionais, Alemanha e países nórdicos dão sinais de vitalidade. Holanda e Estados Unidos são os que mais penalizam o sector.

No vinho do Porto, há duas referências cabalísticas: 10 milhões de caixas de nove litros e 400 milhões de euros. Em 2008, o sector não atingira aquelas metas, depois de não escapar ileso da sova que o consumo mundial levou. Registou quedas de 5,3% em volume e 7% em valor, fechando 2008 com 9,9 milhões de caixas (119 milhões de garrafas) e 376 milhões de euros.

Em 2009, a recessão não deixou margem de manobra aos operadores. Os principais mercados voltaram a cair. Este ano, nem o mercado português escapou, registando uma quebra de 8%.
Ano positivo para mercado britânico

A surpresa de 2009 reside no mercado britânico que alia uma recuperação nas vendas a uma subida do preço médio. Em volume, as exportações crescem 2%, mas, beneficiando das categorias especiais, a facturação sobe 8%. A Alemanha volta a constituir uma excepção à queda generalizada e assume-se já como o 5º principal destino de exportação. Nos 10 maiores, a Espanha é outro mercado que melhora o desempenho.

Face aos dados consolidados até ao fim de Novembro, pode estimar-se que o vinho do Porto fechará 2009 com 9,4 milhões de caixas e 357 milhões de euros. A exportação representará 310 milhões. Ao contrário dos anos anteriores, o preço médio resiste à queda e registará até uma ligeira melhoria face aos 4,21 euros por litro de 2008. Na generalidade dos mercados é mais acentuada a queda no volume do que na facturação.

Esta quebra nas vendas vai reflectir-se drasticamente na vindima do próximo ano. Já na última vindima, a quantidade de benefício atribuída aos produtores fora revista em baixa. Pelo efeito da Lei do Terço, por cada pipa a menos que o comércio vende, pode prescindir da compra de três.
 
 
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