Na Catalunha, o regulamento obriga os vinhos a ter rolha de cortiça como condição para a obtenção da qualidade de Denominação de Origem Controlada (DOC).
Na Catalunha, região autónoma de Espanha, regulamento obriga os vinhos a ter rolha de cortiça como condição para a obtenção da qualificação de Denominação de Origem controlada (DOC). A legislação sobre os vedantes a usar nos vinhos das regiões demarcadas insiste que a somente a cortiça poderá ser usada como vedante para os vinhos tranquilos e espumosos, de forma a proporcionar-lhes a qualificação de Denominação de Origem controlada (DOC).
O regulamento vem excluir o uso dos outros vedantes, tais como as cápsulas de alumínio ou de plástico nas 11 regiões top da Catalunha. O regulamento foi aprovado pelo ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca do governo catalão e pelo Instituto Catalão da Vinha e do Vinho em finais de 2005 e modifica as regras existentes no que toca à viticultura e enologia e que datavam de 2002. Esta norma integrará todos os textos regulamentares das comissões vitícolas regionais.
A Denominação de Origem Controlada (DOC) é a classificação standard para os vinhos de qualidade em Espanha e é semelhante ao U.S.’s American Viticulture Areas (AVAs), Italy’s Denominazione di Origine Controllata (DOC) e France’s Appellation d’Origine Contrôlée (AC) e à Denominação de Origem Controlada em Portugal (DOC).
Esta obrigatoriedade recaiu sobre os vinhos de 11 regiões DOC da Catalunha das quais fazem parte: Catalunya, Costers del Segre, Montsant, Pla de Bages, Tarragona, Alella, Conca de Barberà, Empordà, Penedès, Terra Alta et Priorat. Os produtores destas regiões foram os primeiros a produzir vinho reconhecidos internacionalmente. A região do Priorat é considerada a estrela dos novos vinhos espanhóis, principalmente os vinhos tintos que têm conquistado amantes em todo o mundo. Por sua vez, é na região do Penedés que se encontra a grande produção dos vinhos espumosos espanhóis como o Cava. Todo o Cava deve ser engarrafado com rolha de cortiça, assim como o vinho tinto e branco destas onze regiões.
“A nova lei espanhola é o reconhecimento do papel da rolha cortiça na valorização do vinho”, refere Elisa Pedro, Directora de Relações Internacionais e de Comunicação da Associação Portuguesa de Cortiça (Apcor). “As leias espanholas e os produtores vinícolas estão a responder aos consumidores de vinho de todo o mundo que continuam a dizer que - a cortiça é sinónimo de um vinho de qualidade”, afirma e “a manifestar uma importante prova de confiança na indústria de cortiça”. Acrescenta ainda, “para além do papel insubstituível da rolha de cortiça na cultura do vinho e nos rituais associados à degustação de uma garrafa de vinho, a cortiça interage com o vinho, contribuindo para uma evolução até ao pleno da sua qualidade”.
A Apcor, num recente estudo de mercado desenvolvido nos Estados Unidos e inserido na Campanha Internacional da Cortiça, constatou que nove em cada dez consumidores pensam que um vinho que não esteja vedado com cortiça é sinónimo de um vinho de baixa qualidade.
Estes resultados confirmam anteriores inquéritos, por exemplo em 2005, o inquérito on-line da Wine Spectator revelou que 81 por cento dos consumidores preferem rolha de cortiça, enquanto que apenas 18 por cento preferem as cápsulas de alumínio, e em 2004, a Wine Intelligence, um líder mundial na consultadoria da área vinícola, conduziu um estudo sobre as atitudes dos consumidores americanos face a dois tipos de vedante: rolhas de cortiça e cápsulas de alumínio. Dois terços dos inquiridos consideram que é positivo comprar um vinho vedado com cortiça, 52 por cento rejeitam as cápsulas de alumínio e apenas 1 por cento disseram que não gostavam de beber vinho vedado com cortiça. |