Para o director nacional de vendas das Caves Dom Teodósio, os restaurantes ao servirem vinho de qualidade a copo podem contribuir para a afirmação dos néctares ribatejanos.
A venda de vinho a copo nos restaurantes foi defendida sexta-feira em Santarém, por Joaquim Coelho das Caves Dom Teodósio. O orador, que intervinha num painel do Fórum Vitivinícola do Ribatejo, que decorreu no Centro Nacional de Exposições, considerou que esta pode ser uma forma de afirmar os vinhos ribatejanos.
“Desde que seja dada transparência ao cliente, os restaurantes devem ter três ou quatro garrafas de vinho de qualidade abertas para servir”, sublinhou Joaquim Coelho, acrescentando que o sector da restauração precisa de formação para servir os vinhos. “Devemos evitar que a garrafa seja aberta entre as pernas e com a ideia de que quanto mais barulho a rolha fizer a sair melhor”, defendeu.
O director nacional de vendas da empresa com sede em Rio Maior, especializada na produção, engarrafamento e comercialização de vinhos, aconselhou o sector da restauração a melhorar a forma de servir os vinhos.
E deu como ideias acções que levem os enólogos aos restaurantes e acções promocionais como a realização de quinzenas dos vinhos, em que se destacam determinados produtos de determinadas regiões.
Considerou ainda que os produtores e comerciantes de vinho não devem menosprezar as tascas, casas de pasto, snack-bares e outros estabelecimentos em relação a restaurantes de nível médio alto. “Temos de ir ao encontro destes locais com produtos diferenciados. Se não fizermos um posicionamento correcto dos vinhos em determinado estabelecimento estes depois não se vendem”, explicou.
Para o chefe Luís Suspiro, do restaurante Condestável, na Ereira (Cartaxo), “os urbano ou urbano-depressivos” que vão ao seu restaurante levam a imagem de que o vinho ribatejano cheira a carrascão, que é feito a martelo. E nesse sentido, criticou o facto de haver restaurantes que servem vinho a jarro, comida servida em travessas de inox. “Só temos a restauração que queremos”, salientou.
Luís Suspiro sublinhou que falta aos ribatejanos a postura dos alentejanos, que sabem promover a sua região. No entanto realçou que o Ribatejo está a passar por um bom momento - “falta-nos dar o salto, é preciso a união dos produtores”. Luís Suspiro diz que de entre a carta de 500 vinhos de todo o mundo tem sempre vinhos ribatejanos.
Na mesma sessão do fórum, o director comercial de marketing da Adega Cooperativa do Cartaxo, Fausto Silva, confirmou que existe pouca notoriedade dos vinhos ribatejanos. Salientando que em muitos restaurantes apenas existe vinho do Ribatejo como complemento da gama de produtos existentes.
Fausto Silva disse que são necessárias acções de promoção não só do vinho mas do Ribatejo em si. Porque, argumentou, os vinhos estão acoplados à região. Aos outros produtos dessa região, como a gastronomia. “Temos que promover os vinhos juntamente com a história, a cultura, o turismo…”, sublinhou.
E realçou que “quando o Ribatejo estiver na moda, os vinhos ribatejanos também estarão na moda”. |