Implementar um plano estratégico para promover os vinhos do Algarve, bem como criar e gerir a Rota dos Vinhos são ideias que a CVR quer consolidar, mas tudo depende de esta se tornar numa entidade certificadora do sector vinícola.
As ideias para os vinhos do Algarve estão na gaveta à espera que uma porta se abra para a Comissão Vitivinícola Regional (CVR) Algarvia, pois o futuro depende do seguimento do processo que poderá permitir que a entidade possa certificar vinhos com a denominação de origem.
«Estamos a fazer todas as diligências possíveis para que exista uma decisão a nível do Ministério da Agricultura que permitirá colocar o processo em instrução, porque, quando saiu o decreto, fizemos a avaliação, mas não tínhamos condições económicas para avançar», revelou ao «barlavento» o director executivo da CVR Algarvia Paulo Nogueira.
O problema surgiu porque o processo não foi entregue em tempo útil, sendo por isso necessário que o Ministério com a tutela ou o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) dêem autorização para seguir com o projecto que leva à Denominação de Origem Protegida (DOP). Neste momento, a CVR já tem condições financeiras para seguir em frente com o processo de acreditação.
O concurso, integrado na reforma do sector, visava reduzir as actuais 16 CVR do país para apenas oito entidades acreditadas para certificar vinhos. No caso do Algarve, está em causa a Denominação de Origem Protegida (DOP) dos produtos vinícolas.
«Na CVR, continuamos neste impasse, mas estamos convictos que, até ao final do ano, esta situação estará resolvida, quer seja para o sim ou para o não», em relação à continuidade da Comissão, avançou Paulo Nogueira.
Também dependentes da decisão estão os projectos que a entidade queria criar. «O projecto começa pela marca dos Vinhos do Algarve e por dinamizar tudo o que está em seu redor. Depois, há várias vertentes, como a Rota dos Vinhos, à qual a CVR não está ligada, mas que quer estar», adiantou ao «barlavento» o director executivo.
Quanto ao plano estratégico, uma das ideias enumeradas por Paulo Nogueira é a colocação de outdoors com a imagem dos Vinhos do Algarve em todas as saídas da A22 (Via do Infante) e a criação de um site com toda a informação relativa aos vinhos do Algarve e das confrarias.
A outra forte aposta deve ser feita a nível da restauração, com uma iniciativa que «pode não ter frutos imediatos, mas que, após três anos, já pode dar mais-valias. O objectivo seria assinar um protocolo conjunto com as Câmaras Municipais para fazer mini-feiras de divulgação com os produtores da região, em que se convide a restauração», acrescentou.
A acção poderia ser realizada uma vez por mês, percorrendo os diferentes concelhos durante o ano, com o intuito de os «produtores apresentarem as novidades, com os enólogos a falar um pouco sobre os vinhos».
Qualquer que seja a decisão quanto à CVR Algarvia, a questão da marca dos Vinhos do Algarve, a sua promoção e o seu reforço no mercado, em especial na restauração da região, deveria ser explorada e aproveitada para atingir um público-alvo mais extenso, o que pode ser uma mais-valia para turismo. |